A imagem mostra um pouco mais sobre o que estamos escrevendo, o texto por escrito do FED trouxe um tom muito mais dovish e a entrevista um tom muito mais hawkish. Qual deverá prevalecer então? Na nossa visão, será algo como um ponto neutro dessas duas análises. Nem tão agressivo e nem tão brando.
Até o mês de março, precisaremos ficar atentos quanto aos principais indicadores da economia. Concordamos muito com o jornalista financeiro John Authers, que analisou a entrevista como o dilema entre o “humilde” e o “ágil”: “humilde”, na comunicação de que o FED ainda não tem certeza quanto ao pace dos juros da primeira reunião, e que será necessário mais dados para a decisão até março; e “ágil”, quanto ao plano de apertar o balanço do FED de maneira mais rápida e ainda este ano, embora não tenha uma grande decisão principal até que o ciclo de alta de juros comece.

Na próxima carta, devemos ter mais dados coletados e, com isso, maior clareza acerca das primeiras decisões de alta da taxa de juros. Seguimos otimistas com a robustez da economia americana no ano e posicionados de maneira a capturar resultados com essa correção.

(1)Para a os mais curiosos, recomendamos ler mais sobre Paul Volcker, que ao longo da sua carreira assumiu o FED em 1979 e elevou juros de maneira agressiva para combater a alta da inflação decorrente da subida nos preços do Petróleo, apontando os EUA para 2 recessões logo no primeiro mandato com uma forte alta no desemprego. Claro que os tempos são outros, mas em determinado momento o mercado pareceu acreditar que poderíamos caminhar para algo similar, algo que discordamos com veemência.