Live realizada pela gestora JGP com os profissionais da casa Guilherme Branquinho, Eduardo Cotrim, Ilan Parnes, Fabio Fonseca e Alexandre Muller
Introdução
A JGP Gestão de Recursos é uma casa de gestão independente fundada em 1998, sendo assim uma das mais antigas do país ainda em atividade. A sigla faz referência ao nome de seus dois fundadores: Paulo Guedes e André Jakurski, sendo que o último ainda permanece na casa. A gestora conta atualmente com cerca de 80 colaboradores, sendo que 25 deles são sócios.
Sob sua gestão, a JGP possui 14 fundos divididos entre Multimercado, Ações, Crédito e Previdência. A soma de seu portfólio resulta em um AUM (Assets UnderManagement) de aproximadamente R$17 Bilhões, o que coloca a JGP entre as 10 maiores gestoras independentes do país.
Comentários
A análise macroeconômica teve foco principal em dois fatores que estão em alta atualmente: o medo da segunda onda de contágio do COVID-19 e as respostas dos principais governos e Bancos Centrais para a crise. Ambos os fatores se mostraram importantes drivers do mercado.
Em junho, os dados apresentados foram mais positivos no mundo inteiro, principalmente os dados sobre empregos norte-americanos. Assim, a recuperação da economia em forma de V tem sido bastante referendada, mas a JGP, assim como outros participantes do mercado, acredita que a recuperação se dará de forma mais gradual e distinta entre vários países, uma vez que as diferenças regionais e os estágios em que se encontra a doença em cada parte do mundo variam muito.
O maior risco atualmente é a incerteza em como se dará o balanceamento entre os fundamentos econômicos, que indicam forte recessão, com deltas de 6% a 8% no PIB, e as intensas medidas de liquidez, por meio da atuação dos Bancos Centrais e de incentivos governamentais. Resta saber como os dados irão se comportar quando a realidade dos impactos da pandemia chegarem.
Uma perspectiva da economia brasileira também aponta para dados melhores do que nos meses anteriores, com as revisões do PIB para baixo tendo terminado ou até melhorado (para a JGP as projeções de queda do PIB de 6,5% foram para 5,5%). A questão fiscal, entretanto, ainda é preocupante, com a dívida bruta sendo de 98% nesse ano, sendo que foi de 76% no ano anterior. Deve-se ter muita cautela quanto ao teto de gastos e, no pós crise, iniciar uma trajetória fiscal responsável, fazendo com que a dívida brasileira volte a ser percebida como solvente.
Quanto ao câmbio, os profissionais da JGP frisaram que um câmbio mais elevado não é necessariamente uma proxy para um cenário desfavorável, sendo que um patamar mais desvalorizado pode até se tornar um novo equilíbrio no futuro.
Sobre os Fundos
Os fundos multimercado tiveram um desempenho positivo, principalmente no grupo de renda variável. Os principais motivos são as posições compradas em OI e em dólar.
Os fundos de previdência se beneficiaram pelas posições em setores ligados a mercados de capitais, principalmente B3 e BTG Pactual.
Os fundos de ações também apresentaram desempenho positivo pela melhora dos indicadores, principalmente no Brasil e nos EUA. A alocação está abaixo da máxima, pelo fato de que a Bolsa de Valores está acima do neutro em termos de preço, estando um pouco cara, mas não fora do normal, justificando a alocação de 85%. Os principais setores em alta são os de e-commerce e fintech.
Quanto ao book de crédito, o que se mostrou em junho foi um mês de maior compressão dos spreads, o que é justificado pelo impacto grande das medidas de liquidez no sistema bancário. Os prêmios estão menores, pois a demanda por crédito das grandes empresas vem diminuindo ao mesmo tempo que o pacote de medidas de liquidez ainda é alto.
Os profissionais da JGP ainda ressaltaram a utilização de novos critérios para análises através dos filtros ESG, que adicionam maior peso a critérios de responsabilidade ambiental, social e de governança corporativa.
Time de Análise MZR