Juros
Conforme o noticiário político e internacional avança, o cenário fica cada vez mais propício para a queda da taxa básica de juros e os investidores ajustam suas apostas no mercado futuro.
O plenário da Câmara dos Deputados discute a reforma da Previdência e o mercado se anima com as chances de avanço desse projeto. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e parlamentares favoráveis à reforma pretendem concluir a análise dos destaques em primeiro turno no plenário até amanhã para tentar cumprir o objetivo de encerrar a análise dos destaques em primeiro turno no plenário até amanhã para tentar cumprir o objetivo de encerrar a análise da proposta de emenda constitucional (PEC) em segundo turno até sexta. Maia iniciou a ordem do dia por volta das 12h.
Outro ponto que influencia as apostas de corte de juros são os dados recentes de inflação. O mês de junho registrou um IPCA de 0,01%, após a alta de 0,13% de maio. A mediana das projeções de 32 consultorias e instituições financeiras apontava para queda de 0,02% no mês.
Também esteve no radar dos investidores ao longo de todo o dia os pronunciamentos do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, vistos como mais favoráveis a estímulos.
DI1F20: 5,77% (-3 bps)
DI1F21: 5,60% (-3 bps)
DI1F23: 6,32% (-9 bps)
DI1F25: 6,86% (-8 bps)
DI1F27: 7,20% (-8 bps)
Câmbio
A combinação entre mais chances de corte de juros nos Estados Unidos e avanço dos trâmites da reforma da Previdência derrubou o dólar. O dólar à vista cedeu 1,30%, a 3,7585 reais na venda. A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses cedeu a 11,567% ao ano.
O real teve o segundo melhor desempenho dentre 34 pares do dólar, perdendo apenas para o rand sul-africano. Em julho, a divisa brasileira lidera os ganhos, com alta de 2,6%, e já ostenta a quinta melhor performance no acumulado do ano. O dia foi de dólar fraco no mundo, depois que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, fez comentários que levaram o mercado a aumentar apostas em corte de juros nos EUA no fim deste mês.
Juros mais baixos por lá melhoram a relação risco/retorno para mercados emergentes, o que pode trazer fluxo de capital ao Brasil, com aumento de oferta de dólar e consequente perda de valor da moeda.
O plenário da Câmara dos Deputados iniciou nesta quarta-feira o processo de votação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência. Num sinal de apoio à reforma, os deputados rejeitaram, no início da sessão, um requerimento de retirada de pauta da reforma por 334 votos a 29. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa dos votos de pelo menos 308 dos 513 deputados para ser aprovada na Câmara.
Apesar de ter reduzido posições compradas em dólar na B3, o investidor estrangeiro ainda sustenta 32 bilhões de dólares nessa direção, próximo de valores históricos, o que demonstra certa desconfiança com as perspectivas locais.
Por isso, alguns analistas ainda preferem operar real contra outras moedas que não o dólar. O Goldman Sachs, por exemplo, enxerga valor no "trade" real contra dólar australiano. Desde 20 de maio, o real se valoriza 8,3% ante o dólar da Austrália.
Bolsa
O Ibovespa atingiu nova máxima (+1,23%, a 105.817,06 pontos) de fechamento nesta quarta-feira, impulsionado pelo otimismo do mercado com o início da votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados. Com isso, passa a acumular alta de 20,4% em 2019. O volume financeiro da sessão somou 21,5 bilhões de reais na sessão.
O mercado monitorou o processo de votação do texto principal da reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados, considerada pelo governo peça-chave para o reequilíbrio das contas públicas do país. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a sessão deve ir até a madrugada de quinta-feira para encerrar o primeiro turno da votação. A previsão de Maia é que o segundo turno seja encerrado até sexta-feira.
No exterior, o otimismo também prevalecia quando o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, abriu caminho nesta quarta-feira para o primeiro corte de juros nos Estados Unidos em uma década ainda neste mês, ao prometer "agir conforme apropriado" para defender a expansão econômica ameaçada pelas disputas comerciais e desaceleração global. Em Wall Street, o S&P 500 subiu 0,45%.
A sessão da B3 ainda foi marcada por ajuste aos movimentos das ações brasileiras listadas em Nova York, os ADRs, que foram negociados na véspera, quando não houve operações na bolsa paulista em razão de feriado no Estado de São Paulo.
Vale (VALE3) subiu 2,32%, apesar da decisão da Justiça de Minas Gerais, que condenou a mineradora a reparar todos os danos causados pelo rompimento de barragem de rejeitos da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em janeiro, e manteve um bloqueio de 11 bilhões de reais da companhia.
Petrobras PN (PETR4) valorizou-se 1,52%, na esteira da forte alta dos preços do petróleo no mercado externo.
Ultrapar (UGPA3) e BR Distribuidora (BRDT3) subiram 5,84% e 4,52%, respectivamente, na ponta superior do índice. A Petrobras reduziu no começo da semana o preço da gasolina na refinaria para menor nível desde fevereiro.
IRB Brasil (IRBR3) ganhou 6,79%. A Susep permitiu que o IRB se tornasse uma empresa não controlada. Segundo o jornal Valor Econômico, o Bradesco e o Itaú estão negociando um período de carência e devem manter suas ações na resseguradora.
Via Varejo (VVAR3) fechou em queda de 0,3 por cento, mas nos primeiros dias de julho acumula valorização de mais de 30 por cento, motivada por expectativas de investidores sobre nova gestão da empresa e queda dos juros da economia.
Fontes: Valor e Reuters