Fechamento de mercado (12/09/2019)

Gestoras

Juros

O ambiente de mais estímulos à economia global foi reforçado nesta quinta-feira (12), após o Banco Central Europeu (BCE) reduzir a taxa de depósito de -0,4% para -0,5% e informar que voltará a comprar ativos em novembro. Com a guinada estimulativa adotada pelos bancos centrais ao redor do mundo, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) se firmaram em queda após o leilão do Tesouro e registraram queima de prêmio em toda a curva.

As medidas adotadas, hoje, pelo BCE são um lembrete de que o processo de recuperação da crise financeira de 2008 está longe de estar completo. Essa é a avaliação do chefe de investimentos pessoais da Willis Owen, Adrian Lowcock. Para ele, o BCE “nunca esteve em posição para elevar as taxas de juros quando as condições eram favoráveis” e tem poucas opções no momento diante da piora das perspectivas. “Mais cortes de juros e compras de ativos trarão benefícios cada vez menores. A ‘japanização’ da Europa está completa”, afirmou Lowcock.

Esse é um cenário observado, também, pelo presidente do BCE, Mario Draghi. Durante a entrevista coletiva, após a reunião da autoridade monetária do bloco europeu, o dirigente disse que, se a política fiscal tivesse um papel maior, a necessidade das medidas adicionais de flexibilização seria menor. “Uma política fiscal mais ativa ajudará a pavimentar o caminho para altas de juros”, disse Draghi.

O BCE ficou no foco dos agentes, mas outros bancos centrais também efetuaram mudanças nos juros nesta quinta. Na Dinamarca, o juro básico foi cortado de -0,65% para -0,75%, a menor taxa do mundo, enquanto a principal taxa da Turquia passou de 19,75% para 16,5% ao ano.

Na quarta (11), o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, foi demitido diante da polêmica gerada em torno da criação de um imposto nos moldes da CPMF. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que não pretende esperar a proposta do governo para tocar em frente a reforma tributária. Quanto à questão previdenciária, Alcolumbre confirmou a votação do texto principal em primeiro turno no dia 24 de setembro, enquanto o prazo para a conclusão da tramitação da reforma no Senado foi mantido em 10 de outubro.

DI1F20: 5,26% (-3,5 bps)

DI1F21: 5,34% (-3 bps)

DI1F23: 6,39% (-6 bps)

DI1F25: 6,95% (-4 bps)

DI1F27: 7,26% (-5 bps)

Câmbio

O dólar encerrou em leve queda contra o real nesta quinta-feira, sua terceira sessão consecutiva de queda, algo que não acontecia desde meados de julho, em cenário de menor aversão ao risco no exterior com atenções voltadas para guerra comercial entre Estados Unidos e China.

O dólar à vista teve queda de 0,11%, a 4,0599 reais na venda. Na B3, o dólar futuro recuou 0,25%, a 4,0630 reais.

O dólar operou em queda contra a moeda brasileira durante toda a sessão, com agentes do mercado elevando suas posições em ativos de risco depois de China e EUA fazerem concessões antes das negociações presenciais de outubro e em meio a notícias de que as autoridades norte-americanas estavam considerando um adiamento de tarifas sobre produtos chineses.

Mais tarde, no entanto, a CNBC citou uma autoridade da Casa Branca negando que os Estados Unidos estejam considerando um acordo provisório com a China, reduzindo a queda do dólar contra o real.

O dólar, no entanto, se desvalorizava contra grande parte de suas divisas, com as moedas emergentes pares do real, como lira turca e rand sul-africano, em alta de 1,49% e 0,47% contra o dólar, respectivamente.

Os bancos centrais globais estão lutando contra os impactos da guerra comercial entre EUA e China sobre as principais economias. Nesta quinta-feira, o BCE cortou sua taxa de depósito em 10 pontos-base, para uma mínima recorde de -0,5%; prometeu que as taxas permaneceriam baixas por mais tempo e disse que reiniciaria as compras de títulos a um ritmo de 20 bilhões de euros por mês a partir de 1º de novembro.

As atenções agora se voltam para a reunião de política monetária do Federal Reserve em 17 e 18 de setembro, com os juros futuros dos EUA indicando que operadores veem 88,8% de chance de o Fed cortar juros em 0,25 ponto percentual na próxima reunião, de acordo com a ferramenta Fedwatch do CME Group.

O mercado também vai monitorar a partir de agora a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que divulga sua decisão de política monetária no mesmo dia que o Fed.

Bolsa

O Ibovespa subiu 0,89%, a 104.370,91 pontos. O volume financeiro da sessão somou 16,7 bilhões de reais.

A aposta num entendimento entre EUA e China cresceu após os dois lados fazerem concessões antes de negociações na próxima semana, com o presidente dos EUA, Donald Trump, adiando por duas semanas um aumento nas tarifas sobre produtos chineses, após a China isentar alguns medicamentos e outros produtos dos EUA de cobranças de tarifas.

No entanto, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, moderou o otimismo, dizendo à CNBC que Trump está preparado para manter ou até aumentar tarifas sobre as importações chinesas.

Em Wall Street, o S&P 500 avançou 0,29%, chegando perto de sua máxima histórica.

Na Europa, o BCE reduziu sua taxa de depósito para um recorde de -0,5%, ante -0,4%, e anunciou que reiniciará as compras de títulos a um ritmo de 20 bilhões de euros por mês a partir de novembro, entre outras medidas.

Vale (VALE3) subiu 3,63%, em meio à alta do minério de ferro na China. A companhia também anunciou oferta para aquisição de até 1 bilhão de dólares em valor agregado de principal em bonds com vencimento em 2022, 2026, 2032, 2034, 2036 e 2039.

Embraer (EMBR3) avançou 4,4%. A companhia lançou o novo jato comercial E195-E2. O UBS também elevou a recomendação para os ADRs da companhia para ‘compra’, bem como o preço-alvo, de 22 para 23 dólares.

Azul PN (AZUL4) valorizou-se 5,39%, tendo de pano de fundo o lançamento dos jatos da Embraer, que a empresa começará a usar em outubro em voos entre Campinas e Brasília.

Telefônica Brasil PN (VIVT4) e Tim (TIMP3) subiram 0,28% e 2,53%, respectivamente, após o Senado aprovar o projeto de lei que reforma o marco legal das telecomunicações no país, que era bastante aguardado pelo setor. Oi ON (OIBR3) fechou em queda de 3,31%.

Fontes: Valor e Reuters

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