Fechamento de mercado (16/08/2019)

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Juros

O mercado de juros futuros terminou uma semana de movimentos intensos num tom mais ameno, com queda das taxas em toda a curva. O respiro reflete a recuperação dos ativos de risco em todo o mundo, em um dia de noticiário morno.

O volume financeiro nesta sexta foi relativamente baixo, o que indica uma certa cautela em tirar prêmio das taxas. O DI janeiro para 2021, um dos mais líquidos, tinha giro de R$ 18 bilhões no fim da sessão regular, pouco mais da metade da média diária nas últimas duas sessões.

A semana foi marcada por mais uma rodada de dados fracos nas principais economias mundiais, como Alemanha e China, intensificando as preocupações com uma recessão global. O agravamento do cenário atual para uma crise, inclusive, poderia levar a uma fuga de ativos de risco e colocar em risco as apostas para a queda da Selic. Por ora, entretanto, o clima de cautela não retira as expectativas de que a taxa básica de juros chegará ao fim do ano perto de 5%, ante o nível atual de 6%.

DI1F20: 5,42% (-4,5 bps)

DI1F21: 5,39% (-5 bps)

DI1F23: 6,35% (-8 bps)

DI1F25: 6,85% (-7 bps)

DI1F27: 7,15% (-7 bps)

Câmbio

Sem indicadores relevantes e com uma trégua no noticiário sobre a disputa comercial entre China e Estados Unidos, a moeda americana encontrou espaço para recuperar terreno contra as moedas consideradas seguras, como o iene e o franco suíço. Contra a maioria das divisas emergentes, o dólar exibia movimentos contidos e sem direção única.

No caso específico do real, o risco de recessão global se somou ao esgotamento do efeito da reforma da Previdência para os ativos e traça um cenário negativo para a moeda no curto prazo, avalia o Commerzbank. Ainda que as perspectivas futuras para a economia brasileira continuem positivas, o risco político segue em alta, continua o banco alemão, que qualifica o presidente Jair Bolsonaro como "controverso".

"O ceticismo do mercado a respeito de novas vitórias políticas deve permanecer alto mesmo com a conclusão da reforma da Previdência. Como resultado, vemos potencial limitado para apreciação do real", diz o banco, que revisou a previsão do câmbio para o fim do ano de R$ 3,80 para R$ 3,90.

Bolsa

A bolsa fechou esta sexta-feira no azul, com os mercados globais minimizando o temor de desaceleração global da economia. O Ibovespa subiu 0,76%, a 99.805,78 pontos, mas o índice teve queda de 4,03% na semana. O volume financeiro somou 18,46 bilhões de reais.

No exterior, uma trégua no rali recente no mercado de títulos da dívida norte-americana e expectativa de estímulos econômicos na China traziam alívio às bolsas, com o S&P 500 fechando em alta de 1,44%.

Investidores também se animaram com a notícia de que o governo alemão está preparado para assumir novas dívidas para enfrentar uma possível recessão, além das declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que a guerra comercial com a China será relativamente curta.

No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira que é possível aprovar a reforma tributária ainda neste ano em pelo menos em uma das Casas do Congresso Nacional.

A B3 divulgou a segunda prévia para o Ibovespa que irá vigorar no último quadrimestre do ano, com a entrada das ações da operadora de saúde Notre Dame Intermédica, já presentes na primeira preliminar do índice. Ainda será publicada uma última prévia para a carteira do índice.

Cemig PN (CMIG4) avançou 3,05%, após divulgar lucro líquido de 2,1 bilhões de reais no segundo trimestre, ante prejuízo de 10,9 milhões de reais um ano antes. O presidente da empresa falou que um projeto do governo de MG para privatização de ativos deve incluir a elétrica.

B3 (B3SA3) subiu 2,65%, entre os principais suportes para o desempenho positivo, apoiada em números melhores sobre negociação pelo menos no segmento Bovespa.

Via Varejo (VVAR3) perdeu 7,41%, após divulgação do balanço trimestral, que conforme analistas não mostrou grandes melhorias do ponto de vista operacional.

Fontes: Valor e Reuters

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