Fechamento de mercado (21/10/2019)

Gestoras

Juros

Expectativas renovadas quanto ao ciclo de afrouxamento monetário no Brasil deixaram os juros futuros próximos dos ajustes do pregão anterior, em um dia de oscilações restritas de ponta a ponta da curva. Tanto o dólar, que voltou a superar R$ 4,15 nas máximas do dia, quanto os protestos no Chile estiveram no radar dos investidores, mas isso não gerou recomposição de prêmio de risco diante da perspectiva de continuidade dos cortes na Selic.

Em um dia sem indicadores ou eventos relevantes, os contratos de juros futuros não adquiriram fôlego para firmar tendência, após uma forte queima de prêmio na última semana. Na avaliação do economista Altair Pereira, do Bradesco BBI, o juro real de três anos atingiu a marca de 1,48%, o menor nível da história, ao mesmo tempo em que as NTN-Bs mais curtas exibiram queda mais acentuada do que as mais longas, também marcando novos pisos históricos. Como destaque, o BBI aponta que a taxa da NTN-B para agosto de 2020 atingiu 0,85% no fim da semana passada.

Na pesquisa semanal Focus, o ponto médio das estimativas do mercado para a Selic migrou de 4,75% para 4,50% no fim do ano, o que indicaria dois novos cortes no juro básico de 0,50 ponto percentual. Entre os economistas que mais acertam as estimativas, os chamados Top 5, a mediana das estimativas para o juro básico se manteve em 4,50% no fim deste ano, mas recuou para 4,25% no fim de 2020. Já o ponto médio das estimativas para o IPCA em 2020 caiu de 3,73% para 3,66%.

DI1F20: 4,829% (-2,4 bps)

DI1F21: 4,45% (-2 bps)

DI1F23: 5,41% (-4 bps)

DI1F25: 6,10% (-3 bps)

DI1F27: 6,46% (-4 bps)

Câmbio

O dólar fechou em alta frente ao real nesta segunda-feira com investidores à espera da votação final da reforma da Previdência no Senado, para a qual há ampla expectativa de aprovação.

O dia foi de dólar com alguma valorização ante outras divisas, enquanto moedas da América Latina estiveram entre as de pior desempenho, puxadas pelo tombo de 2% do peso chileno diante de violentos protestos no país. O dólar à vista fechou em alta de 0,27%, a 4,1305 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de maior liquidez teve ganho de 0,38% para 4,1325 reais.

Bolsa

O ibovespa subiu 1,23%, a 106.022,28 pontos. O giro financeiro da sessão somou 18,9 bilhões de reais, inflado pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, de 6 bilhões de reais. As ações ganharam força após o exercício de opções, às 13h, em sessão positiva no exterior, após declarações do vice-premiê chinês, Liu He, no fim de semana, de que a China vai colaborar com os EUA para lidar com preocupações mútuas.

A trajetória de ganhos em Wall Street ainda foi endossada por declarações do assessor econômico da Casa Branca de que as tarifas marcadas para dezembro podem ser retiradas se as negociações continuarem bem. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,68% e Nasdaq avançou 0,91%. O Dow Jones fechou com acréscimo de 0,21%, com ganhos limitado pelo declínio das ações da Boeing.

Para o gestor de portfólio Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos, a semana começou com tom positivo nas bolsas globais, principalmente pelo noticiário mais favorável sobre as negociações entre China e Estados Unidos, enquanto o Brexit continua sem definição. A Câmara dos Comuns recusou nova votação de acordo para a saída do Reino Unido da UE. O Conselho Europeu estaria avaliando pedido de adiamento. Foureaux ressaltou, contudo, a expectativa de votação no Senado da reforma da Previdência, que pode encerrar o assunto após anos de discussões. “Apesar de esperado, sempre há algum nervosismo, já de que no Brasil eventos inesperados acontecem com bastante frequência.”

“A reforma sendo concluída e o mundo seguindo nessa direção de uma trégua entre China-EUA e resolução momentânea do Brexit, os ativos brasileiros podem ter um bom final de ano”, avaliou Foureaux, acrescentando ainda o leilão da cessão onerosa como evento potencialmente benigno.

- YDUQS subiu 4,36%, tendo registrado máxima histórica intradia no melhor momento, 40,86 reais (+6,6%), após a empresa de educação anunciar a aquisição do grupo de ensino superior privado Adtalem Brasil por 2,2 bilhões de reais, com vistas a ampliar a oferta em educação e acelerar o crescimento da companhia. COGNA caiu 1,3%.

- VALE teve elevação de 2,56%, em movimento acompanhado por CSN, que subiu 2,61%. CSN abre a temporada de balanços do terceiro trimestre no setor de metais na quarta-feira. Vale divulga o seu resultado no dia seguinte.

- PETROBRAS PN evoluiu 0,62%, apesar da queda dos preços do petróleo. O Itaú BBA reiterou recomendação outperform para as ações, definindo em 38 reais o preço-alvo para o final de 2020, e de 32 reais para o final de 2019.

- EMBRAER fechou em alta de 2%, tendo de pano de fundo pedido firme da Flexjet de 64 jatos executivos, num pedido avaliado em 1,4 bilhão de dólares e que envolve aviões Praetor da fabricante brasileira.

- HYPERA cedeu 1,26%, tendo de pano de fundo venda do controle do grupo farmacêutico Biotoscana por 595,66 milhões de reais para a canadense Knight Therapeutics (GUD.TO). Os BDRs da Biotoscana subiram 4,9%, uma vez que a operação dispara OPA.

- LOCALIZA recuou 0,73%. A empresa divulga resultado na quarta-feira. O Bradesco BBI avalia que os segmentos de aluguel de carros e gerenciamento de frotas podem ter crescimento robusto, mas a rápida expansão do Uber e competição no aluguel podem reduzir o preço do aluguel diário.

Fontes: Valor e Reuters

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