Banco terá de abrir dados de produtos a concorrentes

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Os bancos terão de abrir para concorrentes informações sobre cadastro, extratos e até produtos financeiros consumidos por seus clientes, se estes assim o desejarem. A diretriz faz parte do esboço da proposta do Banco Central (BC) para o "open banking".

Open banking é o sistema que permite a terceiros, com uso de tecnologia, acessar e até mesmo movimentar contas bancárias e de pagamentos - desde que tenham autorização do cliente. A premissa é que as informações pertencem aos usuários, e não às instituições financeiras.

O órgão regulador vem mantendo discussões sobre o assunto com bancos e fintechs e informou, na semana passada, que vai divulgar em breve um comunicado com as linhas gerais da proposta que será levada a consulta pública. A minuta da regulamentação deve ser colocada em consulta pública no terceiro trimestre e a abertura das informações pelos bancos está prevista para o início de 2020. A implantação será feita em etapas, e a ideia é que comece pela abertura de informações de produtos e serviços oferecidos pelas instituições financeiras - sem entrar nos dados dos clientes propriamente.

O open banking ainda é objeto de estudo em diversas partes do mundo, mas foi adotado na União Europeia e no Reino Unido no ano passado. Por isso, esses países se tornaram parâmetros para o tema.

O projeto brasileiro, entretanto, é mais ousado que o europeu. Lá, o compartilhamento se restringe a informações bancárias mais básicas e dados sobre pagamentos. Aqui, o modelo em estudo pelo BC prevê também a abertura de dados cadastrais e dos produtos e serviços (como parcelas e taxas de operações crédito, seguros e investimentos) utilizados pelos clientes. São informações muito valiosas para concorrentes, sejam eles outros bancos ou fintechs.


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