Muito comuns no exterior, as emissões de papéis subordinados perpétuos pelos bancos começam a ganhar terreno no Brasil. No pano de fundo, destaque para a demanda dos investidores por ativos com maior retorno e a necessidade das instituições financeiras em levantar recursos para financiar a expansão da carteira de crédito.
Depois do Bradesco captar mais de R$ 2 bilhões em letras financeiras subordinadas perpétuas no ano passado, mais bancos estão se movimentando para emitir. O Itaú Unibanco prepara uma oferta privada de R$ 2,7 bilhões, enquanto o Banco ABC tem sondado o mercado para fazer uma emissão de R$ 100 milhões.
Tanto nas emissões de letras financeiras perpétuas do Bradesco quanto do Itaú os bancos têm a opção de recomprar esses papéis a partir de 2024. Os investidores podem, contudo, vender esses títulos no mercado secundário. A demanda pelas letras financeiras perpétuas do Bradesco no mercado secundário foi tão grande que a taxa de retorno do papel, que saiu a 120% do CDI, chegou a ser negociada a 114% do CDI, trazendo uma valorização para o papel.
Para o vice-presidente operacional de asset management do BTG Pactual, Allan Hadid, esse é um mercado que ainda tem muito espaço para crescer. “Os bancos ainda estão com muito liquidez, com índice de Basileia confortável, mas com expansão da carteira de crédito a busca por funding deve crescer”, diz.