Introdução
A JGP Gestão de Recursos é uma casa de gestão independente fundada em 1998, sendo assim uma das mais antigas do país ainda em atividade.
Um dos sócios fundadores e atual diretor de investimentos é André Jakurski, ex-sócio do Banco Pactual que, junto ao atual ministro da economia, Paulo Guedes, fundou a casa nos anos 90 (a sigla JGP significa Jakurski, Guedes & Partners).
A JGP tem sob sua gestão 17 fundos, divididos em 4 classes: Crédito, Ações, Previdência e Multimercados. A soma desses portfólios resulta em um AUM (Assets Under Management) de aproximadamente R$ 17,1 Bilhões, o que coloca a JGP entre as 10 maiores gestoras independentes do país. Seguem um modelo de partnership, baseado em hierarquia horizontalizada e ambiente meritocrático.
Comentários
No call mensal da JGP abordou-se o cenário vivido em abril, assim como as perspectivas para os próximos meses sob a óptica das diferentes classes de ativos.
Abril foi um mês positivo para os ativos de risco, à medida que o treasury americano se estabilizou, com o rendimento do título de 10 anos recuando à faixa de 1,65% ao ano, promovendo um cenário de risk on no mercado global. No Brasil ainda houve a resolução da questão do orçamento que contribuiu para a recuperação dos preços dos ativos.
A parte de juros avançou menos em comparação às demais classes, muito em função da pressão inflacionária provocada pela alta das commodities e diante da postura mais hawkish do Banco Central. Mas a expectativa é que a inflação se estabilize a partir do ano que vem, por isso prevê-se que a Selic atinja um patamar próximo a 6% no fim desse ano, sem a necessidade de maior aperto monetário em 2022.
Apesar da pandemia, o crescimento no primeiro trimestre foi acima do esperado, com dados de produção industrial e varejo surpreendendo. Mesmo considerando um segundo trimestre ainda prejudicado pelas restrições de circulação, a projeção da casa é de uma retomada mais célere no segundo semestre, fazendo com que revisassem a expectativa do PIB no ano de 3,2% para 4%.
Em relação ao mercado de crédito, os spreads de papeis pós-fixados ainda se encontram em níveis elevados em comparação aos níveis pré-pandemia e se tornam atrativos no ciclo de alta de juros. Hoje, o spread médio do IDEX-CDI é de CDI+1,94%, podendo ceder a CDI+1,5% até o fim do ano, segundo as projeções da casa. Depois de uma forte evasão de recursos no ano passado, o fluxo de capital para fundos de crédito voltou a ser positivo nos últimos meses, o que corrobora o cenário construtivo para a classe.
Na parte internacional, os spreads já retornaram aos níveis pré-pandemia o que reduz sua atratividade em termos de valuation. Nos países emergentes, os spreads soberanos reduziram um pouco a partir de março, mas ainda seguem em patamar bem elevado. Já os spreads de crédito privado tiveram redução mais expressiva.
Time de Análise MZR