Call Mensal JGP – Ago/20

Gestoras

Live realizada pela gestora JGP com os profissionais da casa Fernando Rocha, Evandro Mota, Ilan Parnes, Diogo Aquino e Alexandre Muller

Introdução

A JGP Gestão de Recursos é uma casa de gestão independente fundada em 1998, sendo assim uma das mais antigas do país ainda em atividade. A sigla faz referência ao nome de seus dois fundadores: Paulo Guedes e André Jakurski, sendo que o último ainda permanece na casa. A gestora conta atualmente com cerca de 80 colaboradores, sendo que 25 deles são sócios.

Sob sua gestão, a JGP possui 15 fundos abertos divididos entre Multimercado, Ações, Crédito e Previdência. A soma de seu portfólio resulta em um AUM (Assets Under Management) de aproximadamente R$17 Bilhões, o que coloca a JGP entre as 10 maiores gestoras independentes do país.

Também possuem a JGP Wealth Management, uma área dedicada à gestão de patrimônio de clientes com alto poder aquisitivo.

Comentários

No cenário externo segue sendo observada forte recuperação, principalmente nos Estados Unidos, apesar dos números ainda elevados do Covid-19. Na Europa e China, assim como nos EUA, o formato de retomada segue em “V”, reflexo das intensas políticas monetárias e de estímulo dos governos.

Alguns sinais preocupantes começam a aparecer, principalmente no que diz respeito à euforia observada nos mercados financeiros. A forte expansão de liquidez e os juros reduzidos motivam o investimento em ativos de risco, mas esse grande impulso em direção a esses ativos acaba por descolar os preços da realidade, deteriorando a qualidade e gerando um terreno perigoso.

No cenário doméstico, a retomada da atividade doméstica é positiva e os indicadores que estão saindo ao longo do mês mostram que o 3º trimestre do ano aparenta ser melhor que o trimestre anterior e o 4º trimestre deve ser ainda melhor, fortalecendo a ideia de uma recuperação em formato “V”. A casa projeta queda do PIB para 2020 de 5%, IPCA de 1,8% e juros de 2%, podendo haver maiores cortes na taxa se o cenário permitir e a inflação continuar muito baixa. O crédito segue com boa performance, motivada pelos estímulos do Banco Central, que permitiram um maior fluxo de crédito, principalmente para as empresas. Os dados de salário médio chegaram até a subir, dado que as maiores demissões feitas durante a crise foram de pessoas com baixa renda. A moeda brasileira foi uma das mais fracas durante toda a crise e continua tendo uma performance não tão satisfatória, o que se explica pela deterioração da posição fiscal brasileira e os juros muito reduzidos.

No futuro, os gestores da JGP se preocupam com a manutenção do teto de gastos, uma vez que o ano de 2020 já contou com expansão elevada de gastos. O fim dos auxílios, no entanto, pode dificultar a retomada da atividade, mas a perspectiva de normalização do cenário, principalmente no setor de serviços, deve quebrar o efeito do fim das políticas de transferência de renda. Por enquanto, o Brasil aparenta estar em um cenário tranquilo, mas deve-se ter em mente que isso é motivado em grande parte pelos bons resultados dos mercados no exterior e que, domesticamente, os fundamentos ainda são ruins.

Sobre os Fundos

As estratégias de Renda Fixa apresentaram perdas nas posições tomadas em DI e compradas em dólar contra real, no entanto, essa última posição é extremamente ganhadora no ano. A casa passou a apresentar também posições tomadas na parte média/longa da curva (2024/2025).

Em Renda Variável, os gestores da JGP veem a Bolsa em um nível moderado, mas razoavelmente caro, em um contexto macro instável e com riscos. Assim, buscam empresas com boas relações de risco-retorno e atualmente tem 80% de exposição líquida nos fundos, aproveitando o momento para adicionar proteções e reduzir a exposição. A casa vê dois grupos de empresas que apresentam maiores oportunidades: aquelas que conseguiram evoluir no campo digital, tendo com principais posições o Mercado Livre e a Natura; e aquelas empresas consolidadoras, como a Localiza, que apesar de terem apresentado resultados não tão positivos, foram melhores do que seus concorrentes.

Em Crédito Privado, tanto no mercado doméstico como offshore, os spreads apresentaram o 4º mês consecutivo desde abril de compressão. Domesticamente, os bancos estão extremamente líquidos, tendo feito R$ 500 bilhões de expansão de funding bancário no último mês. As ofertas no mercado primário estão mais contidas, uma vez que as grandes empresas têm, atualmente, gestão de caixa mais confortável e não estão demandando crédito adicional. No mercado offshore, o volume de liquidez também é elevado e os fluxos de entrada de recursos para fundos de bonds de mercados emergentes aumentaram.

Os fundos multimercados da casa tiveram resultados positivos com a compra de Oi e posições tomadas em inflação implícita. No mês de julho, tiveram 2% do patrimônio comprado em Bolsa. O JGP Max teve rendimento de 0,63% em julho e acumula 5,2% no ano, equivalente a CDI + 3,2%. O JGP Strategy teve rentabilidade de 0,77% em julho, acumulando 7,12% no ano, equivalente a CDI + 5,1%.

Os fundos de previdência tiveram rendimento de 0,37%, acumulando cerca de 7,4% no ano, equivalente a CDI + 5,5%. Os principais ganhos vieram de Renda Variável, principalmente com compra de Equatorial, B3 e Natura. Tem também posição vendida próximo a 8% em Ibovespa para proteger o portfólio do produto e posição comprada em Bolsa de 6%, sendo que é uma carteira long na casa de 14%, com as principais posições sendo Equatorial, B3 e Alpargatas.

Time de Análise MZR

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