Call Mensal - Legacy Capital

Gestoras

INTRODUÇÃO (LUCAS BRANDÃO)

O fundo Legacy Capital Advisory FIC FIM teve a sua primeira cota em 01/07/2018, e entregou nos 6 primeiros meses 191% CDI, enquanto a rentabilidade histórica (que considera ainda as primeiras semanas de 2019), está em 245% CDI. O fundo tem hoje aproximadamente R$ 2 Bi de patrimônio líquido e deve fechar com R$ 3,5 Bi. Futuramente, a casa imagina que o capacity total do veículo seja entre R$ 8 Bi e R$ 10 Bi.

COMENTÁRIOS SOBRE O VEÍCULO (JOSÉ EDUARDO ARAÚJO, COO)

O COO da Legacy, Duda, salientou que o produto tem um target de volatilidade de 7%, mas tem apenas 3,5% de volatilidade histórica pois a equipe foi aumentando gradualmente as posições para calibrar o modelo de gestão.

Cada uma das equipes (Juros, Câmbio, Bolsa e Valor Relativo) já tem os seus limites de risco e stop loss pré-determinados. O risco total do fundo é dividido em: 15% para cada uma das equipes e 40% na mão do CIO, Felipe Guerra, que pode alocar esse risco discricionariamente entre as posições do fundo.

COMENTÁRIOS DO GESTOR (FELIPE GUERRA, CIO)

Felipe Guerra, gestor chefe da casa, reforçou que a equipe de gestão inteira trabahou junta no Santander e a Legacy replica hoje os mesmos processos, tocados pelas mesmas pessoas, que a tesouraria do banco quando trabalhavam lá. Explicou ainda que um dos diferenciais da casa é que além das tradicionais equipes macro, de juros, bolsa e moedas, o fundo também tem uma equipe de valor relativo para operar cases específicos.

Performance em 2018

Segundo o gestor, ao abrirem o fundo em julho, começaram neutros em Brasil pois acreditavam que o mercado estava pagando um prêmio muito alto pelos ativos brasileiros na época. Assim, o fundo começou posicionado majoritariamente em ativos internacionais.

Quando começou a ficar mais claro que o segundo turno seria entre Haddad e Bolsonaro, compraram o “kit Brasil”, pois viram um descolamento muito grande entre o cenário mostrado nas pesquisas de intenção de votos, que vinha guiando os preços do mercado, e os trackings feitos internamente pela gestora, que mostravam um cenário muito mais favorável ao candidato do PSL, mais bem visto pelo mercado.

Carregaram as posições em ativos locais até o final do ano por conta da volatilidade no exterior e do otimismo quanto à equipe econômica, que continuou impulsionando o preço dos ativos locais após as eleições. Essa posição comprada em ativos locais foi a principal promotora do fundo no ano.

CENÁRIO ATUAL (PEDRO JOBIM, ECONOMISTA CHEFE)

Brasil

Segundo o economista chefe da Legacy, Pedro Jobim, tudo indica que o governo Bolsonaro encaminhará uma proposta de reforma da Previdência baseada na reforma proposta pelo governo Temer, com alguns pontos a mais (inclusão dos militares, regime de capitalização, etc), o que é bastante positivo.

A perspectiva da casa é bastante favorável tanto para a reforma quanto para a economia do país como um todo. A casa acredita que o mercado ainda não precificou corretamente o suporte do presidente Jair Bolsonaro ao ministro da Economia Paulo Guedes e à sua equipe, que têm se mostrado muito mais propositiva do que imaginavam neste início de governo.

Com excessão da indústria, a confiança dos outros agentes já mostra inflexão, que será impulsionada pelas reformas.

Para o economista, além de a reforma da Previdência impulsionar a confiança dos agentes econômicos (que, com excessão da indústria, já tiveram o seu ponto de inflexão no ano passado), ciclicamente a “mola” da economia do país está muito retraída, e com essa liberação da confiança do país proporcionada pela reforma o Banco Central deve voltar a cortar juros.

Por conta disso, a casa projeta 3,7% para o IPCA (abaixo da meta do ano, de 4,25%) e um crescimento de 3,1% para o PIB em 2019. Com a aprovação da reforma no curto prazo, acreditam que o ano pode fechar com Selic a 5,5%. A casa trabalha ainda com um câmbio “justo” hoje, segundo modelo da própria gestora, de R$ 3,58.

Internacional

Na parte internacional, a gestora acredita que o Fed não irá subir a taxa de juros por pelo menos um semestre para evitar uma desaceleração intensa demais na economia americana em 2019. Por conta disso, acreditam em uma desvalorização do dólar frente a outras moedas, principalmente contra as moedas emergentes, cujos países devem voltar e ver um fluxo de recursos positivos para a renda fixa e bolsa no curto prazo.

No lado da China, o economista mencionou que a desaceleração deve continuar e que cada vez tem se tornado mais difícil estimular a economia do país após mais de duas décadas de crescimento superior a 7% aa no PIB.

Riscos relevantes

  1. Reforma da Previdência
  2. Desaceleração da economia global
  3. Eleições nos EUA em 2020
  4. Baixa liquidez do mercado mundial para a absorção dos balanços dos Bancos Centrais

POSICIONAMENTO ATUAL DA CARTEIRA (FELIPE GUERRA)

Divisão

  • 85% - Brasil
  • ~42,5% - Juros/Renda Fixa
  • ~25,5% - Câmbio
  • ~17,0% - Bolsa
  • 15% - Internacional
  • ~10,0% - Juros/Renda Fixa
  • ~5,0% - Câmbio

Principais posições

  1. Vendidos em USD vs. 15 moedas
  2. Aplicados na curva longa americana
  3. Comprados em NTNB longa (2035 e 2045)
  4. Comprados em NTNB curta (2021 e 2022) - Têm aumentado essa posição conforme têm realizado prêmio nas posições longas
  5. Comprados em bolsa Brasil, principalmente em valor relativo de ações brasileiras vs. ações estrangeiras

Detalhes das posições de Bolsa

  • Preferência por ações de consumo no lado comprado
  • Long-Short: (1) Azul x Suzano e (2) Banco do Brasil x Bancos Privados

Time de Análise - MZR

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