Resumo do comitê de alocação do fundo Oaktree Global Credit.
Sobre a Oaktree
Fundada em 1995, a Oaktree está entre os principais gestores globais especializados em investimentos alternativos. Ela está presente em 18 cidades do mundo e conta com mais de 1000 funcionários, sendo 165 sócios, ou seja, trabalha com um modelo de partnership. Atualmente, possui mais de 153 bilhões de dólares em ativos sob gestão.
A gestão da casa segue uma filosofia de Value Investing partindo sempre de análise bottom up. Dentre seus investidores há mais de 1.000 agentes institucionais, divididos entre empresas, universidades, fundos de pensão e fundações, o que representa um passivo bem distribuído.
O principal nome liderando a casa é Howard Marks. Autor de dois best-sellers de investimentos, é responsável pela elaboração dos famosos “Memos” reconhecidos mundialmente e louvado pelo seu conhecimento e visão de mercado. Possui 51 anos de experiência, dos quais 25 foram dedicados a Oaktree.
O processo de investimento do fundo Oaktree Global Credit consiste em reduzir o universo de 13 mil emissões de dívida High Grade, em um ranking inicial de 1500 emissões, que após um novo filtro mais aprofundado é reduzido para cerca de 500 ativos. A duration média da carteira é de 2,9 anos e o Rating médio dos emissores é Ba3/BB-.
Visão do comitê de Alocação
No comitê de alocação do Oaktree Global Credit referente ao mês de abril não houve nenhuma alteração no portfólio do fundo, mas foi apresentada a visão da casa para as diferentes classes de ativos.
Os últimos dados macro divulgados nos Estados Unidos reforçam o otimismo em relação ao movimento de reabertura da economia. A manufatura avançou no ritmo mais acelerado dos últimos 37 anos e a taxa de desemprego cedeu a 6,0%, com a criação de 916 mil postos de trabalho. Em contrapartida, a inflação também avança consideravelmente. Em março o índice de preços ao consumidor americano (CPI) registrou 0,6% de alta, puxado principalmente pelo aumento no preço do combustível.
O mercado segue atento às indicações do Federal Reserve em relação a manutenção dos juros, com o mercado futuro precificando alta já a partir do início de 2023. Apesar disso, o Fed se mantém firme no discurso de permanência nos patamares atuais até o fim de 2023. Isso acabou tranquilizando o mercado nas últimas semanas, o que reduziu a tendência de alta no rendimento do treasury de 10 anos, que se observou ao longo do primeiro trimestre.
Na europa, o Banco Central se comprometeu em aumentar o programa de compra de ativos para impulsionar a retomada econômica no continente. Porém, a lentidão nas campanhas de vacinação ainda impede uma retomada maior na atividade do bloco. Já no Reino Unido, o Banco Central da Inglaterra seguiu o Fed na decisão por manutenção da acomodação monetária e, diante de uma trajetória de vacinação mais eficaz, espera-se uma recuperação mais acelerada.
Com base nesse cenário o fundo optou por manter 28% de alocação em high Yield Bonds, sendo 21% em empresas americanas e o restante em europeias. A alocação acima da media histórica do fundo para esta classe está associado a uma excelente performance no primeiro trimestre. Mas em abril, uma menor inclinação na curva de juros americana fez com o movimento se enfraquecesse, apesar dos spreads ainda acima do que no período pré-pandemia. O destaque no mês foram os ativos com rating BB que avançaram mais de 60 basis points. Na visão da Oaktree, ainda há bastante atratividade para a classe.
Na classe de Senior loans a posição é de 26%, sendo 16% em Estados Unidos e 10% em Europa. O spread entre as taxas de juros de curto e longo prazo seguem as maiores dos últimos 5 anos o que impulsionou a demanda por estes instrumentos. Apesar da performance no mês menor do que a dos ativos High Yield, a classe apresenta retorno anual superior, de 2,4%.
A parte de crédito estruturado representa 29% da carteira, dividos em 14% de crédito estruturado corporativo – principalmente collateralized loan obligations – e 15% de crédito imobiliário. Os CLOs obtiveram rendimento em linha com os High Yields e Senior Loans. Já os ativos de crédito imobiliário se recuperam bem dos impactos trazidos pela pandemia no ano passado, com os CMBS em alta de 7% no ano.
Por fim, o fundo mantém 6,6% em dívida de países emergentes e em dívidas conversíveis e 2,8% em cash.
Time de Análise - MZR