Conference Call - Bahia Asset Management

Gestoras

Live realizada pelas equipes de Gestão e Macroeconomia do Bahia Asset

Introdução:

O Bahia Asset é uma gestora de recursos independente que possui um modelo de gestão de recursos de terceiros com foco em resultados de médio e longo prazos.

Atualmente a casa possui R$ 21,5 bilhões sob gestão e 8 fundos distribuídos em: multimercado (2), renda fixa (2) e renda variável (4). Thiago Mendez entrou em 2006 e é o gestor de renda fixa responsável pela parte de juros, crédito soberano e moeda. Gustavo Daibert entrou em 2007 e é o gestor de renda variável da casa, responsável por toda a parte de bolsa e commodities. No total a casa conta com 88 colaboradores.

Comentários:

De acordo com a asset, a pandemia segue tendo peso importante. Observaram aumento de casos na Europa, após os primeiros surtos de março e abril, especialmente na Espanha, França e Itália. De certa forma, associam o fato com o aumento nos estados do sul dos EUA em meses anteriores e tiram duas lições importantes: A primeira é um número de mortes menor, em função de pessoas mais jovens contraírem a doença, assim como os progressos no tratamento. Viram que em junho e julho os efeitos na economia tiveram efeitos mais brandos, embora números de desemprego nos EUA melhoraram apenas recentemente.

A Mobilidade na Europa de acordo com os gestores parece estar mais lenta, e dados de PMI de serviços vieram em linha com essa piora no aumento de casos (turismo, hotéis e restaurantes). Na visão da Bahia é Importante dizer que os efeitos que temos dessa segunda onda, devem ser menores que os primeiros que tivemos no início do ano, ou seja, temos uma perda de ímpeto na melhora e não um retrocesso de fato econômico. O que torna tudo isso menos grave é a capacidade dos agentes em lidar com a pandemia, como os agentes públicos e os agentes sanitários. As Políticas monetárias continuaram sendo muito expansionistas e devem continuar assim por bastante tempo, ao que os bancos centrais nos indicam. Política fiscal tem tido papel direto na garantia de renda, mesmo com redução das jornadas de trabalho nas principais economias do mundo. Os trabalhos de manutenção dos empregos e ajuda direta tem ajudado na recuperação do consumo e da confiança.

O pilar da ciência tem demonstrado esforço tremendo, nas diversas tentativas e nas fases finais de testagem. O mês de setembro será importante por dois pontos significativos: Nos EUA vimos a discussão da extensão dos programais fiscais, que não aconteceram ao longo do mês, haja vista o imbróglio entre republicamos e democratas, espera-se que o acordo aconteça na próxima semana. A crença que teremos uma solução sanitária para a doença e que no meio do caminho a política monetária as economias conseguirão atravessar sem perdas muito substanciais serão testadas em setembro e certamente nos próximos meses. Estes fatos podem trazer diversas incertezas. Sobre a eleição dos EUA, estamos na fase final de campanhas onde as propostas concretas começam a ser ditas e as interações com os candidatos também começam a aumentar, como novos debates já marcados.

No mês de agosto tivemos algumas notícias positivas em relação a pandemia, mas com muitas incertezas de disciplina fiscal. Sinais positivos da doença trouxeram indicadores de atividade melhores, dados da indústria e varejo, construção civil e bens essenciais foram muito bons (retomada em V, no entanto, setor de serviços ainda sofrendo muitas dificuldades.

A divulgação das contas nacionais veio em linhas com as projeções da asset. As dúvidas fiscais continuam inundando a economia e não acreditam que situação atual seja possível de se estabilizar, vide queda de renda e aumento do desemprego para próximos meses. Ociosidade da economia continua muito grande, hiato do produto é alto e medidas estão em 11%. Acreditam que apenas no final do ano que vem vamos chegar no hiato do produto da crise passada. A Inflação projetada está em 1.7% e 2.9% para o ano que vem, há um risco forte de demanda para baixo, mas o principal risco associado está com relação ao desarranjo fiscal. Na visão da casa os tetos dos gastos devem ser cumpridos. Por fim, grande questão do mês está no dilema sobre a agenda, disciplina fiscal defendida por PG e outra agenda em cima da reeleição algumas vezes citadas por Bolsonaro, que no momento é muito difícil de ser compartilhada tendo em vista o momento de desequilíbrio. O momento é de incertezas, a convicção sobre a manutenção do teto caiu de forma significativa, mas acreditam que os políticos não queiram repetir o que já aconteceu em 2015/2016.

Sobre os fundos:

No mês os fundos tiveram performance mistas, com valorização dos multimercados e quedas das estratégias de bolsa.

Em resumo foi um mês positivo para ativos de risco em geral. Houve combinação importante entre recuperação econômica, estímulos monetários e melhora na parte sanitária. Fed deve tolerar uma inflação maior e permitir juros baixos por mais tempo. Cenário que juros para mundos desenvolvidos, nível baixos e estáveis por bastante tempo. Ativos brasileiros tiveram performance bem pior do que os pares, juros longos subiram e Ibovespa caiu, mesmo com altas globais. Ruídos políticos, saídas de membros do ministério, possível saída de Paulo Guedes voltou a ser debatida. Direção correta na reforma administrativa, ainda há dúvidas sobre como o poder executivo irá lidar com situação. Política monetária cortou novos juros, não acreditam em novas quedas. Em resumo, crise expos principal fraqueza que é a fiscal. Sobre o portfólio fizeram algumas alterações por preços. Inflação começou a entrar no radar do mercado, revisaram inflação para cima, embora não haja pressão inflacionaria via demanda. Ainda possuem pouco de juros real na carteira, procurando fazer alocações táticas no pré, estão operando prêmio. Mercado internacional continua igual, aplicados em juros do México. Estão tomados em Polônia, reduziram e continuaram comprados em inflação longa americana. Em cambio, estão vendidos em dólar x países desenvolvidos e alguns emergentes. Reduziram posição europeia e aumentaram Ásia, principalmente em China. Em créditos, continuaram construtivos com a classe em geral, no entanto, encerraram posições otimistas em HG americano, pelo preço ter subido bastante.

Em renda variável a performance foi ruim em países emergentes como Brasil, Turquia e Argentina. Parte política prejudicou bastante. EUA subindo 7%, Europa 4 a 6%, emergentes entre e 3 e 4%, e EWZ caiu 8%.

Contribuições positivas: papel celulose, exportadoras em geral e o próprio aço. Construção teve alta significativa. Setor de locação foi bem e já voltou a níveis pré pandemia em níveis de preços (aluguéis mensais).

Contribuições negativas: setor elétrico e setor imobiliário

Petróleo teve mais um mês positivo e continua bastante volátil. Commodities metálicas continuam muito forte (minério de ferro, níquel). Não tivemos grandes mudanças em celulose e açúcar.

Por fim, aumentaram risco de bolsa levemente. Performance negativa deu margem para aumentarem posição, principalmente se compararmos com outras bolsas, principalmente a americana. Bolsa americana já se encontra em níveis de preços caros. A partir daí remontaram uma posição short em EUA e com posição de compra estrutural em Brasil (8% comprado). Comprados em consumo discricionário, serviços financeiros e serviços elétricos. Continuam em Vale x Minério e algumas posições em bancos.

Time de análise MZR

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