Conference Call Julho – Bahia Asset Management

Gestoras

Live realizada pelas equipes de Gestão e Macroeconomia do Bahia Asset com os profissionais Pedro Saud, Luiz Maciel, Thiago Mendez e Gustavo Daibert.

Introdução

O Bahia Asset é uma gestora de recursos independente que possui um modelo de gestão de recursos de terceiros com foco em resultados de médio e longo prazos.

Atualmente a casa possui R$ 21,5 bilhões sob gestão e 8 fundos distribuídos em: multimercado (2), renda fixa (2) e renda variável (4). Thiago Mendez entrou em 2006 e é o gestor de renda fixa responsável pela parte de juros, crédito soberano e moeda. Gustavo Daibert entrou em 2007 e é o gestor de renda variável da casa, responsável por toda a parte de bolsa e commodities. No total a casa conta com 88 colaboradores.

Comentários

A equipe de macroeconomia do Bahia Asset acredita em duas fases de recuperação da economia internacional. A primeira delas, vista em maio e junho, mostrou uma fase de recuperação rápida da atividade à medida que as economias realizavam a reabertura. Entretanto, essa primeira fase seria rápida, mas de recuperação incompleta, com os países sofrendo para retornar aos níveis de atividade pré-crise, principalmente no setor de serviços. O setor de bens duráveis e o mercado de trabalho apresentaram bons resultados nos últimos meses, mas essa velocidade de recuperação não irá perdurar indefinidamente.  Então, entende-se que as economias entrariam na segunda fase, com uma recuperação mais lenta, com perspectivas de que os níveis pré-crise fossem atingidos apenas no final de 2021. Essa dificuldade seria impulsionada, principalmente, pelas atividades de alto risco que não poderiam retornar completamente sem solução médica, como turismo e entretenimento.

Essa mudança no ritmo de atividade tem relação com a heterogeneidade entre diferentes regiões e países na forma de lidar com a pandemia. Nos EUA, por exemplo, estão sendo feitas tentativas de estabilização da pandemia, mas o número de novos casos continua alto. Na Espanha, Alemanha e Bélgica, o risco de uma segunda onda se eleva com o surgimento de mais casos da doença. Esse cenário tem efeito sobre a atividade e deve alterar a velocidade da recuperação.

Para a economia doméstica, a equipe do Bahia Asset fez poucas alterações nas projeções no mês de julho. A expectativa é de queda de 5,8% do PIB e IPCA de 1,5%. Apesar da pouca alteração nas perspectivas de queda do PIB (em junho estava em 5,5%), a composição que se acredita para tal indicador está diferente, com o setor de serviços voltando bem devagar e o varejo estando mais otimista. Para o mercado de trabalho, foram vistos sinais mistos no último mês, mas a perspectiva continua bastante negativa, com a projeção do desemprego próximo a 15% em 2020.

O risco fiscal do Brasil percebido pelo mercado teve queda importante em julho, o que se explica pela melhora internacional e também pelas novas reformas que vem sendo discutidas no Brasil, especialmente a tributária.

Sobre os Fundos

Os fundos da casa tiveram desempenho positivo em julho, devido, principalmente, à recuperação da atividade global, às intensas políticas monetárias feitas pelos bancos centrais e aos melhores dados de crescimento de global.

Em Renda Fixa, as posições contribuíram de maneira positiva para o fundo, com os ativos sendo bastante beneficiados pelas políticas monetárias. As posições seguem aplicadas em juros nos países com espaço para queda, compradas no Brasil em juros reais e inflação implícita, apesar da redução da posição no último mês, aplicadas no México na parte curta da curva e aplicadas na África do Sul, com um posicionamento mais tático devido aos piores fundamentos. Para manter um portfólio balanceado, a casa tem em mente posições tomadas em países do leste europeu, nos quais os juros já estão extremamente baixos. Com relação ao câmbio, estão vendidos em dólar. As posições de crédito têm focado em índices de empresas europeias com bons fundamentos, principalmente devido à boa atuação do Banco Central europeu.

No que diz respeito à Renda Variável, as bolsas internacionais tiveram boa performance em julho, com o S&P subindo cerca de 5% e a bolsa dos mercados emergentes tendo subido 8%, com o Ibovespa subindo 8,2%. Os destaques no mês de julho foram as posições no setor de energia elétrica, principalmente na Eletrobrás, no setor varejo online e no setor imobiliário, com as incorporadoras tendo bons resultados no cenário de juros mais baixos e com estímulos dos bancos. As posições que tiveram desempenho negativo no mês foram os shoppings e consumo básico, com destaque para o Pão de Açúcar, que mesmo com tendo apresentado bons resultados, sofreu bastante com preocupações crescentes em relação a alavancagem dos controladores no exterior.

Para o mercado de commodities, o mês também foi positivo, com petróleo subindo entre 2% e 5%, minério de ferro subindo 14%, níquel subindo 8% e cobre, 5%, ajudando as ações ligadas ao setor no mundo todo.

A gestora incrementou o risco do book de renda variável, aumentando exposição direcional na bolsa brasil. As principais alocações foram nos setores de consumo discricionário, serviços financeiros, setor elétrico, bancos e mineração.

Time de Análise MZR

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