Live realizada pela equipe de estratégia internacional, análise de renda variável e relacionamento com investidores da GAP Asset com os profissionais Bernard Tamler, Bernardo Lipschitz e Lia Liserra.
Introdução
A Gap é uma gestora fundada na década de 90, com longo histórico em diversas estratégias. A partir de 2017 o principal acionista, a Prudential, dissolveu sua posição e a partir de então, a asset trabalha apenas com um produto, o GAP Absoluto FIM.
Renato Junqueira, Oscar Camargo, Daniel Tonholo e Anna Reis são os principais sócios da casa e fazem parte do comitê executivo. Hoje a asset conta com 24 pessoas, sendo que 17 diretamente ligadas ao time de gestão. Ao todo, a gestora conta com 15 sócios, sendo que todos possuem percentual significativo da companhia.
Comentários
Com relação a cenário que projetam e os cases que possuem em carteira discutimos com Bernard (estrategista internacional) e Bernardo (responsável por renda variável) alguns pontos:
O primeiro trata-se da forte injeção de capital que os EUA têm feito ao longo dos últimos meses, que pode representar algo próximo a 30% do PIB americano e que não há outro país com a mesma capacidade de expansão do balanço. Com as treasuries de 10 anos negociando em território negativo, inflação abaixo da meta e atuais juros praticamente zerados, acreditam que haverá forte tendência para ativos de renda variável, o que pode impulsionar as bolsas globais para novos patamares. Além disto, enxergam que empresas também tem entregado resultados, onde cita exemplos muito positivos como Apple e Microsoft. Em suma, o sinal parece claro que o presidente do banco central americano, não subira os juros até que a inflação chegue nos 2%, com foco na geração de empregos (ainda bastante alta nos EUA) e levando em consideração que esta é uma crise muito diferente da de 2008, ou seja, não houve erros humanos, mas sim uma queda gerada por um fator exógeno.
Com relação ao lockdown estabelecido, não acreditam em novos fechamentos, embora números de Austrália e Japão estão acima do que foram analisados em março, números absolutos ainda não muito baixos. Além disto, sobre a doença em si, acreditam que hoje já sabemos lidar muito melhor com o vírus em termos de protocolos e modelos de previsão adotados erraram bastante em média.
Para cenário Brasil, seguem preocupados com a elevação dos gastos públicos e tendência de se chegar em 95% da relação dívida/PIB. Somando todos os anos do governo Dilma, tivemos um déficit primário de 9% e apenas neste ano devemos ter 12%, algo que em conjunto com outros fatores deixaram-os mais céticos com direcional de bolsa brasileira. Atuam também no book long short, entrando mais no detalhe micro de empresas que podem se beneficiar mesmo com um cenário imaginário de um ano sem receita. Caso por exemplo de Vale, Lojas Renner e Localiza e BR distribuidora, esta última, com mudanças significativas positivas na gestão.
Sobre o fundo
A casa hoje faz gestão de um patrimônio de aproximadamente R$1bi no fundo multimercado macro, com volatilidade alvo na casa de 9% e target de retorno esperado em CDI + 7%. O time se considera forte o bastante no mercado local, mas tem investido bastante no time offshore, levando em consideração o projeto de médio-longo prazo que gostam de enfatizar.
Enxergam a estratégia do fundo macro e do fundo de previdência (replica do fundo multimercado, levando em consideração as novas regras da SUSEP) com um capacity de aproximadamente R$5bi. Além disto, possuem sistema de risco proprietário, onde o book de cada analista pode ser stopado de forma individual. Renato e Oscar juntos somam próximo a 75% do risco total do fundo. A estratégia baseia-se na utilização de instrumentos em juros, cambio e bolsa, com perfil dinâmico nas alocações e explorando o mercado local e internacional. Em bolsa, utilizam estratégias direcionais como também long short.
Time de Análise MZR