Fechamento de Mercado (01/07/2019)

Gestoras

Juros

Nesta segunda-feira, o dia foi de queda nas taxas no mercado futuro de juros, diante do clima positivo no exterior com a reaproximação dos Estados Unidos com a China.

Paulo Nepomuceno, estrategista-chefe da Corretora Coinvalores, explica que um dos motivos é a trégua entre os países, o que resulta no ganho de todas as moedas contra o dólar e explica o movimento dos ativos locais. Os dois países concordaram no sábado, durante o encontro do G20, em reiniciar as negociações comerciais depois que o presidente dos Es tados Unidos, Donald Trump, concordou em adiar a implementação de novas tarifas e diminuir as restrições à empresa de tecnologia Huawei, a fim de reduzir as tensões com Pequim. A China, no outro lado, aceitou fazer novas compras não especificadas de produtos agrícolas dos EUA e retornar à mesa de negociações.

Outros pontos que influenciam positivamente o mercado de renda fixa. Um deles é o enfraquecimento das denúncias contra o ministro da Justiça, Sergio Moro, sobretudo após as manifestações do fim de semana. Ontem, manifestantes foram às ruas em 26 Estados e no Distrito Federal para declarar apoio a Moro, à Operação Lava-Jato e ao governo de Jair Bolsonaro. Mais esvaziado que o primeiro ato pró-governo em 26 de maio, o protesto de ontem se espalhou por 88 cidades, contra 156 na manifestação anterior.

Amanhã deve ser feita a leitura dos ajustes finais do relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP) na comissão especial. Segundo o Valor apurou, o PSL decide hoje se abrirá mão de apresentar destaques ao parecer do relator. Na sexta-feira, lideranças do PSL indicaram que atenderão a um pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes, para evitar uma “desidratação ainda maior” da proposta de emenda constitucional (PEC). A estratégia seria não apresentar os destaques a que o PSL tem direito na comissão especial para demover o Centrão da ideia de atrasar ainda mais a tramitação da reforma.

DI1F20: 5,98% (-2 bps)

DI1F21: 5,81% (-7 bps)

DI1F23: 6,58% (-8 bps)

DI1F25: 7,04% (-11 bps)

DI1F27: 7,33% (-14 bps)

Câmbio

O dólar zerou a queda de mais cedo e fechou quase estável ante o real nesta segunda-feira, com investidores aumentando a demanda conforme a moeda norte-americana ampliava os ganhos no exterior, no dia em que o Plano Real completou 25 anos. Lá fora, o dólar (DXY) começou a acelerar a alta no início da tarde, período em que a cotação aqui também passou a ganhar tração.

O dólar à vista fechou com variação positiva de 0,06%, a 3,8434 reais na venda. O índice do dólar no exterior (DXY) ganhava 0,7%, nas máximas em duas semanas. O mercado foi dominado ao longo do dia pela notícia de que EUA e China concordaram em retomar negociações comerciais. Mas investidores seguiram com dúvidas sobre as chances de um acordo efetivo.

"Devido à leitura de que o risco de nova escalada da guerra comercial permanece elevado, não esperamos que ativos emergentes reduzam de maneira expressiva a diferença de performance em relação a outras classes", disseram estrategistas do Goldman Sachs.

Na mínima do pregão, o dólar caiu 0,80%, a 3,8103 reais. Mesmo com a recuperação da moeda dos EUA, o real ainda figurou entre as moedas de melhor desempenho nesta sessão. A confiança no encaminhamento de reformas locais, com foco atual na da Previdência, tem ajudado a sustentar o câmbio.

Bolsa

O Ibovespa subiu 0,37%, a 101.339,68 pontos, sustentado por ações de empresas de proteína e da Vale (VALE3), em meio ao viés positivo no exterior após Estados Unidos e China concordarem em retomar discussões comerciais. O volume financeiro da sessão somou 14,79 bilhões de reais.

Os governos norte-americano e chinês concordaram no sábado em retomar discussões comerciais, com os EUA suspendendo a imposição de novas tarifas sobre exportações chinesas. "O avanço é bem recebido e traz alívio às tensões globais, o que deve dar sustentação aos mercados no curto prazo", disse a XP Investimentos.

No Brasil, as atenções continuam voltadas à comissão especial da Câmara dos Deputados, que pode votar esta semana o parecer do relator da proposta da reforma da Previdência. Na terça-feira, líderes partidários, governadores, o relator da proposta, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentarão chegar a uma solução sobre a inclusão de Estados e municípios no texto. Só então haverá a leitura de uma complementação de voto na comissão, o que abre o caminho para a votação da proposta.

O mercado também repercutiu a pesquisa semanal Focus do Banco Central, mostrando que economistas passaram a ver mais afrouxamento monetário neste ano e no próximo, em meio a estimativas cada vez mais fracas para o crescimento da economia. O Ministério da Economia divulgou superávit comercial de 5 bilhões de dólares em junho. Estrategistas começaram o segundo semestre com viés relativamente otimista para a bolsa brasileira, de olho na votação da reforma da Previdência e possibilidade de corte nos juros pelo Banco Central.

JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) subiram 5,5% e 8,67%, respectivamente, em meio a notícias de que as mortes de animais com gripe suína na China podem ser o dobro do número oficial. O acordo preliminar de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE) na sexta-feira, também manteve o otimismo para o setor. No caso da BRF, repercutiram ainda a reportagem do jornal Valor Econômico de que a empresa recebeu oferta por ativos no Oriente Médio. Marfrig (MRFG3) subiu 3%.

Vale avançou 3,53%, conforme os futuros de minério de ferro na China saltaram para um nível recorde, estendendo um rali impulsionado pela oferta restrita. CSN (CSNA3) ganhou 1,68%.

Santander (SANB11) avançou 0,55%, melhor desempenho entre bancos listados no Ibovespa. O banco anunciou campanha de financiamento imobiliário em parceria com o Magazine Luiza (MGLU3).

Suzano (SUZB3) recuou 3,9%, na maior queda da sessão, na esteira do declínio do dólar frente ao real, além do cenário ainda complicado para o setor de papel e celulose.

Neoenergia (NEOE3) estreou na bolsa saltando 8,37%, após movimentar mais de 3 bilhões de reais em oferta inicial precificada a 15,65 reais por ação.

Fontes: Valor e Reuters

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