Juros
Os investidores do mercado de juros futuros estão em compasso de espera, enquanto não saem novidades sobre a tramitação da reformada Previdência. Em um momento em que surgem as pressões por mudanças na proposta feita pelo governo de Jair Bolsonaro, a ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, à CCJ nesta quarta-feira é muito esperada pelo mercado.
Depois da turbulência no ambiente político no fim de março e com a sensação de piora do ambiente para a aprovação da reforma, os investidores adotam mais cautela em suas estratégias.
Diante desse ambiente complexo para a tramitação, a Legacy Capital tem trabalhado com risco moderado desde fevereiro. E a estratégia deve continuar depois dos desentendimentos entre Executivo e Legislativo no mês passado, de acordo com a carta mensal da casa. A instituição afirma que a indicação de envolvimento limitado do poder Executivo no processo sugere que seu progresso será sujeito de incertezas e desencontros.
DI1F20: 6,48% (- 1 bps)
DI1F21: 7,02% (- 2 bps)
DI1F23: 8,12% (+ 3 bps)
DI1F25: 8,66% (+ 4 bps)
DI1F27: 8,99% (+ 5 bps)
Câmbio
Em um dia de ajustes no mercado de câmbio, o dólar fechou em leve queda contra o real e ficou na casa de R$ 3,85, enquanto os investidores aguardam novidades no campo político e uma rodada adicional de indicadores chineses. De acordo com operadores, o clima hoje foi de “esperar para ver”, com alguma redução do prêmio de risco, mas sem abrir mão da cautela.
O contrato futuro da moeda americana (DOLK19) fechou o dia próximo à estabilidade, com leve alta de +0,03%, aos R$ 3,8605.
A pausa precede também mais indicadores econômicos da China, que são particularmente importantes para o preço de commodities e emergentes,por causa da importância do país na importação de matérias primas. Domesticamente, os investidores aguardam a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), amanhã.
Bolsa
Sem tomar impulso das bolsas no exterior nesta terça-feira, que tiveram oscilações mais modestas, o Ibovespa cedeu à correção, encabeçada pelas principais ações do mercado (“blue chips”). O índice se acomodou na faixa dos 95 mil pontos, com o ajuste de posições principalmente em bancos, na Petrobras e na Vale.
O Ibovespa terminou o pregão com queda de 0,70%, aos 95.387 pontos, depois de tocar a mínima em 94.825 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 9,4 bilhões hoje, abaixo da média diária negociada nos pregões de 2019, de R$ 12 bilhões.
No setor bancário, cederam as ações de Banco do Brasil ON (-0,87%), Bradesco (-0,90% a ON e -1,29% a PN) e Itaú Unibanco PN (-1,58%). Mesma direção tiveram os papéis de Vale (-1,84%).
No caso da Petrobras, os papéis oscilaram sem uma direção definida durante todo o dia e, no fim, a ON subiu +0,42%, enquanto a PN teve alta de +1,04%.
Entre as maiores baixas de hoje, vale citar Sabesp ON (-4,15%). O papel reagiu ao mal-estar do investidor com as perspectivas menores para a privatização da empresa ainda neste ano, depois de comentários do secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, feitos ontem.
Na ponta positiva, a Via Varejo ON (+6,56%) disparou no fim dos negócios, com ordens de compra robustas por corretoras locais.
Fonte: Valor