Juros
Depois de seguir o movimento do câmbio e por passar por pressão técnica devido ao leilão de títulos públicos, os contratos de juros fecharam o pregão desta quinta-feira com as taxas muito próximas da estabilidade.
De acordo com um operador, o mercado está com liquidez limitada, enquanto os investidores aguardam os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que serão divulgados nesta sexta, depois da mensagem menos favorável ao juro baixo, dada ontem pelo presidente Jerome Powell.
O cenário político local também continuou no foco do mercado. Ontem, durante os atos que marcaram o 1º de maio, o presidente licenciado do Solidariedade, Paulinho da Força, disse que busca apoio no Centrão para aprovar uma reforma da Previdência mais desidratada, que não ajude a reeleger o presidente Jair Bolsonaro.
Os DIs operaram na manhã desta quinta com a pressão adicional em decorrência da expectativa do leilão do Tesouro Nacional de títulos pré-fixados, que geralmente pressiona a curva. O mercado absorveu 7 milhões de LTN, 425,7 mil NTN-F, e 1 milhão de LFT.
DI1F20: 6,50% (- 1 bps)
DI1F21: 7,13% (+ 1 bps)
DI1F23: 8,24% (+ 2 bps)
DI1F25: 8,76% (+ 2 bps)
DI1F27: 9,07% (+ 2 bps)
Câmbio
O mercado brasileiro de câmbio foi tomado hoje por um ajuste global de expectativas sobre o caminho dos juros nos Estados Unidos. Com a leitura de que não há tanto espaço para um afrouxamento monetário, como muitos esperavam, o dólar subiu no mundo inteiro, principalmente, contra as divisas emergentes.
O movimento não foi diferente por aqui e levou o real a um dos piores desempenhos do dia. O dólar futuro (DOLM19) fechou com avanço de +1,29%, aos R$ 3,9780. Todo esse movimento levou o real à quarta pior baixa do dia numa lista das 33 principais moedas globais, acompanhando o bloco de peso argentino,rublo russo e coroa norueguesa.
Bolsa
A expectativa de que o juro básico americano permaneça estável — ou mesmo venha a subir no futuro — fez o investidor exigir maior prêmio de risco dos emergentes hoje. A consequência disso foi um Ibovespa no vermelho de ponta a ponta do pregão, embora marcado por relevante queda na liquidez, como se viu nas últimas sessões.
O principal índice da bolsa terminou em baixa de -0,86%, aos 95.528 pontos, depois de tocar os 95.312 pontos na mínima do dia. O giro financeiro foi de R$ 9,7 bilhões, cerca de 20% abaixo da média diária negociada nas sessões de 2019, que é de pouco mais de R$ 12 bilhões.
Com o exterior pior para emergentes, papéis ligados a commodities internacionais lideraram o ajuste hoje. A siderúrgica CSN ON (-4,47%) foi o pior desempenho do Ibovespa, mesma tendência da Petrobras (-1,50% a ON e -1,40% a PN) e da Vale ON (-2,32%). A Usiminas PNA caiu -2,09%.
Os bancos foram os papéis responsáveis por impedir quedas mais intensas do Ibovespa, depois da relativa melhora que tiveram desde os primeiros negócios — Bradesco ON teve leve alta de +0,39%, Bradesco PN subiu +0,06% e Itaú Unibanco PN avançou +0,67%.
Fontes: Valor e Infomoney