Fechamento de Mercado (02/07/2019)

Gestoras

Juros

Os investidores mostram muita sensibilidade à tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados e o dia foi marcado por forte volatilidade. Os juros futuros oscilaram entre movimentos de altas e quedas das taxas até encerrarem o pregão regular desta terça-feira (2) perto da estabilidade.

Os deputados do PSL ligados a carreiras policiais tentam acordo com ele para que seja incorporado, no seu parecer, regras mais benéficas para a transição dos policiais federais e rodoviários federais. O posicionamento do PSL foi um dos pontos que gerou volatilidade ao longo do dia, com a possibilidade do próprio partido do presidente Jair Bolsonaro dificultar o avanço da reforma na comissão especial. Se o relator atender a essa demanda, os parlamentares do PSL afirmam que não pedirão para votar separadamente emenda para beneficiar essas categorias.

Os investidores acompanharam também os últimos dados da atividade, mas com pouca influência nos negócios. Hoje foram divulgados dados fracos da produção industrial de maio, que recuou 0,2% na comparação com abril.

DI1F20: 5,98% (0 bps)

DI1F21: 5,84% (+3 bps)

DI1F23: 6,65% (+7 bps)

DI1F25: 7,10% (+6 bps)

DI1F27: 7,39% (+6 bps)

Câmbio

O dólar fechou em alta moderada contra o real nesta terça-feira, num dia marcado por expectativas sobre o andamento da reforma da Previdência em comissão na Câmara e ruídos sobre sua tramitação, com um cenário externo cauteloso como pano de fundo. O dólar à vista subiu 0,30%, a 3,855 reais na venda. Na B3, o dólar futuro avançava 0,38%, para 3,8665 reais.

O mercado oscilou ao longo do dia ao sabor do noticiário sobre a possibilidade de votação do relatório da reforma da Previdência na quarta-feira. Pela manhã, ruídos de que o PSL poderia se rebelar e retirar votos favoráveis à proposta azedaram o humor do mercado.

No começo da tarde, porém, informações de que a votação do parecer ocorreria na quarta-feira reduziram o prêmio de risco. Posteriormente, contudo, o mercado voltou a tomar dólares, com relatos de saídas de estrangeiros do mercado local.

No fim da tarde, começou a reunião para decidir sobre a leitura da complementação de voto do relator Samuel Moreira (PSDB-SP).

Mas o mercado de câmbio doméstico demonstrou forte aderência aos movimentos do dólar no exterior. A moeda norte-americana ganhou força no Brasil na parte da tarde à medida que o índice também tomava fôlego, com analistas ainda repercutindo preocupações sobre a situação comercial dos Estados Unidos com China e União Europeia (UE), além de dados fracos da economia mundial.

Bolsa

O Ibovespa recuou nesta terça-feira, -0,72%, a 100.605,17 pontos, uma vez que o entusiasmo dos mercados com o acordo comercial entre Estados Unidos e China perdeu fôlego, e com agentes financeiros à espera da leitura do parecer sobre a reforma da Previdência em comissão da Câmara dos Deputados, após o relator sinalizar que Estados não devem ser incluídos nesta fase da tramitação. O volume financeiro da sessão somou 17,5 bilhões de reais.

No exterior, o otimismo da véspera em torno das discussões comerciais entre EUA e China arrefeceu, abrindo espaço para ajustes. O governo norte-americano também aumentou a pressão sobre a Europa em uma antiga disputa sobre subsídios a aeronaves, ameaçando com tarifas sobre 4 bilhões de dólares em produtos adicionais da UE.

No Brasil, o mercado aguardava a leitura do parecer da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara. O relator da matéria, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), sinalizou que o texto não deve incluir as novas regras de aposentadoria de Estados e municípios, e que talvez o melhor caminho seja deixar a discussão para o plenário da Câmara.

Petrobras PN (PETR4) e Petrobras ON (PETR3) recuaram 1,61% e 1,5%, respectivamente, acompanhando a queda dos preços do petróleo no exterior.

Vale (VALE3) despencou 4,21% arrastando o índice, após notícia que a CPI que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho, defendeu indiciamento da empresa por destruição do ambiente, poluição culposa e "responsabilidade penal da pessoa jurídica".

BRF (BRFS3) caiu 3,49%, com movimentos de realização de lucros, após a ação fechar com a maior alta desde julho de 2018 na véspera (+8,67%), em meio a expectativas positivas para a demanda externa com o surto de febre suína africana na China e fundamentos cíclicos positivos. A companhia também negou ter recebido ofertas por ativos no Oriente Médio.

Gerdau PN (GGBR4) recuou 2,59%, em sessão negativa para o setor siderúrgico. CSN (CSNA3) recuou 3,3% e Usiminas PNA (USIM5) cedeu 1,13%.

Suzano (SUZB3) perdeu 1,81%, com nova queda de preços de celulose na China mantendo a pressão de curto prazo nos papéis da companhia.

Via Varejo (VVAR3) avançou 6,45%, maior alta do índice, após o acionista Michael Klein retomar o controle da companhia e assumir o conselho de administração da rede de móveis e eletrodomésticos.

Light (LIGT3), que não está no Ibovespa, recuou 2,07%, após divulgar que aprovou a realização de uma oferta pública primária e secundária de 111,1 milhões de ações ordinárias. Cemig (CMIG4), que deve vender, inicialmente, 11,1 milhões de ações na operação, cedeu 1,74%.

Sul América (SULA11) saltou 4,23% após divulgar que recebeu oferta não vinculante da Allianz para comprar sua operação de automóveis e ramos elementares, e, que isso pode resultar na concentração de suas operações em saúde, odontologia, vida, previdência e gestão de ativos.

Fontes: Valor e Reuters

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