Fechamento de Mercado (04/06/2019)

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Juros

Com o ambiente político melhor e a reforma da Previdência com mais chances de ser aprovada, o mercado começa a tirar da frente a principal variável que poderia impedir o Banco Central de cortar a taxa básica de juros: a inflação. Embora as expectativas dos economistas venham se mantendo ancoradas, os investidores já começam a precificar o índice de preços abaixo da meta nos próximos anos e sinalizam, assim, que o caminho está aberto para mais flexibilização monetária.

Os ativos financeiros constituem o canal mais sensível na hora de verificar a mudança das apostas do mercado. A inflação projetada nos títulos públicos, conhecida como inflação implícita, caiu bastante nas últimas semanas. Para 2020, está no patamar de 3,27%; para 2021, está em 3,63% e, para 2021, em 3,77%, depois de um recuo de aproximadamente 50 pontos-base no último mês para vencimentos mais próximos. Vale lembrar que as metas de inflação do Conselho Monetário Nacional (CMN) são de 4% para 2020 e 3,75% para 2021.

DI1F20: 6,24% (- 2 bps)

DI1F21: 6,40% ( 0 bps)

DI1F23: 7,33% (- 1 bps)

DI1F25: 7,88% (-3 bps)

DI1F27: 8,24% (-2 bps)

Câmbio

O dólar futuro (DOLN19) fechou o pregão na marca de R$ 3,8625, uma queda de -0,81%. A perspectiva de cortes adicionais de juros nos Estados Unidos beneficiou novamente as moedas emergentes, levando o dólar à terceira queda consecutiva ante o real no Brasil. No menor patamar de fechamento desde 11 de abril.

O recuo teve como pano de fundo o cenário cada vez mais otimista com o front político, onde os sinais de cooperação entre Executivo e Legislativo apontam para uma possível tramitação menos turbulenta da reforma da Previdência do que o previsto semanas atrás.

Profissionais de mercado deram ênfase ao tom das declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O dirigente pareceu menos cauteloso do que em ocasiões anteriores, quando fez ressalvas a um afrouxamento monetário em meio a sinais conflitantes da economia americana.

Bolsa

O Ibovespa teve um dia de leves oscilações, mas fechou em alta de 0,37%, aos 97.380 pontos. O ânimo visto no fim do pregão foi sustentado pelas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que participou de encontro da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara.

Por outro lado, o grande destaque do dia no mercado foi Braskem PN, que viu suas ações despencarem desde a abertura do pregão, fechando com desvalorização de 17,11%. Isso aconteceu após o grupo holandês LyondellBasell e a Odebrecht confirmarem o fim das negociações para a compra de uma participação na Braskem, que é controlada pelo grupo Odebrecht.

Petrobras ON fechou em alta de 0,59%, enquanto Petrobras PN encerrou com alta de 0,81%, ambas influenciadas pela alta no preço do petróleo. Os preços da commoditie se recuperaram após os comentários do presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, que indicou maior possibilidade de redução nas taxas de juros no país. Assim, o contrato futuro do petróleo tipo Brent para agosto fechou em alta de 1,12%. Já os contratos do tipo WTI para julho terminaram o dia subindo 0,43%.

A Sabesp também foi destaque no Ibovespa nesta terça-feira, encerrando com a maior alta do índice: 10,96%, refletindo a aprovação do regime de urgência para um projeto de lei (PL) do Senado que altera o marco legal do setor.

Entre os destaques negativos estão as ações de Hypera ON (-2,99%), diante da decisão do Ministério Público Federal (MPF) de rescindir o acordo de delação premiada do ex-diretor de relações institucionais da companhia, Nelson José de Mello. O cancelamento acontece porque ele apresentou informações falsas, afirma o órgão.

Fontes: Valor

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