Juros
O saldo da primeira semana de abril foi favorável e os contratos futuros de juros chegaram no fim do pregão desta sexta-feira acumulando leve queda em relação aos patamares da última sexta-feira, reduzindo o prêmio de risco dos ativos.
Os aspectos que mais influenciaram no período foram os políticos. A semana foi animada com a participação conflituosa do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na quarta-feira.
Na quinta, Bolsonaro acertou a criação de um Conselho Político que será integrado por partidos de centro-direita, primeiro passo para a possível constituição de uma base governista que viabilize a aprovação de temas complexos no Congresso.
Mas a cautela continua até que sejam dados sinais mais fortes de avanço da tramitação da reforma e esse tema continuará sendo o principal foco dos investidores. Mais cedo, o mercado acompanhou os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que surtiram efeito limitado nos negócios.
DI1F20: 6,47% (- 2 bps)
DI1F21: 7,04% (- 1 bps)
DI1F23: 8,16% (- 0 bps)
DI1F25: 8,70% (- 0 bps)
DI1F27: 9,02% (+ 1 bps)
Câmbio
Depois de encerrar o mês de março sob pressão, o dólar voltou a cair na primeira semana de abril, refletindo sobretudo mudanças na postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à articulação da reforma da Previdência.
O contrato futuro moeda norte-americana (DOLK19) encerrou o pregão aos R$ 3,8790. Na sexta-feira, a cotação subiu +0,52% em relação ao pregão de ontem.
O movimento, no entanto, não foi sem sobressaltos. Na quarta-feira, o "emparedamento" do ministro da Economia, Paulo Guedes, por parlamentares da oposição durante a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara trouxe maior volatilidade ao mercado de câmbio. No dia seguinte, o clima voltou a desanuviar com o início das reuniões entre Bolsonaro e presidentes do PSD, PSDB, PP, DEM e MDB e PRB.
Além da agenda de reuniões de Bolsonaro, que continua na semana que vem com representantes do Podemos, PSL, PR, Avante, SD e Pros, pesou para uma melhor perspectiva para o real o cenário externo, onde as negociações comerciais entre Estados Unidos e China parecem finalmente caminhar para um desfecho positivo.
Bolsa
O Ibovespa conseguiu se firmar acima dos 97 mil pontos no fechamento desta sexta-feira, acumulando uma importante recuperação no intervalo de cinco sessões. Numa semana em que foi novamente chacoalhado pelas tensões envolvendo o debate da reforma da Previdência, o índice absorveu os efeitos e aproveitou a calma, desta sexta, na cena política e no exterior para avançar.
O Ibovespa terminou o pregão de hoje em alta de 0,83%, aos 97.108 pontos, depois de tocar os 97.493 pontos na máxima intradiária. Na semana, o índice acumulou ganho de 1,78%.
O giro financeiro, no entanto, foi novamente bastante baixo e, dessa vez, não ganhou força no fim do dia, como se viu na quinta e nas últimas sessões. O volume totalizou R$ 9,12 bilhões hoje.
Entre os destaques positivos do dia, as ações da JBS ON subiram +5,32%, enquanto Cosan ON e Via Varejo ON subiram +4,60% e +3,65%, respectivamente.
No campo negativo, destacaram-se Gerdau PN e Gerdau Metalúrgica PN, que caíram -2,65% e -1,70%, respectivamente. Outra queda que chamou a atenção dos investidores foram as de Sabesp ON, que desvalorizaram -2,01%.
Fonte: Valor