Juros
O cenário atual tem imposto uma faixa de variação estreita para os contratos futuros de juros, que mostram pouca mudança nas taxas inclusive em momentos de estresse. Essa dinâmica marcou esta segunda-feira e, mesmo com a forte aversão ao risco no exterior, diante das disputas comerciais entre Estados Unidos e China, os investidores não colocaram prêmio nos DIs.
Na quarta-feira deve ser anunciada a decisão de política monetária do Copom e a expectativa praticamente unânime do mercado é de manutenção da Selic em 6,5% ao ano. A decisão será tomada após os dados fracos da produção industrial, publicados na semana passada, que seguem uma série dedados ruins nos primeiros meses do ano. O ambiente fomenta a discussão sobre a possibilidade de corte de juros e torna mais difícil o movimento de alta das taxas, mesmo quando o noticiário internacional é negativo.
DI1F20: 6,45% (- 1 bps)
DI1F21: 7,04% (- 1 bps)
DI1F23: 8,16% (+ 2 bps)
DI1F25: 8,68% (+ 1 bps)
DI1F27: 8,99% (- 0 bps)
Câmbio
A perspectiva de uma negociação tensa no mercado de câmbio, causada pelo recrudescimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China durante o final de semana, acabou não se concretizando ao longo do dia e o dólar futuro (DOLM19) encerrou o pregão com valorização apenas moderada, de +0,68%, aos R$ 3,9750.
Impulsionado pelo tombo das bolsas asiáticas na madrugada - Xangai caiu -5,58% e Shenzhen, -7,38% -, o clima de aversão ao risco dominou a abertura e fez o dólar tocar a máxima logo no início dos trabalhos. No entanto, a alta só fez refluir dali em diante, acompanhando o movimento no exterior.
O ambiente mais calmo de operação durante a tarde permite a participantes de mercado projetar a reação à retomada da tramitação da reformada Previdência na Câmara. Amanhã, a comissão especial que analisa a PEC enviada pelo governo realiza sua primeira sessão.
Bolsa
A bolsa brasileira começou a semana embalada pelo crescimento da percepção de risco global, com a volta das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Os gestores por aqui, no entanto, parecem ter ficado com pouco espaço para mexer nos seus portfólios, depois de já terem promovido ajustes nas carteiras expostas ao Brasil desde a escalada dos receios com o ritmo da economia mundial e com a reforma da Previdência.
O Ibovespa terminou a sessão de hoje em queda de -1,04%, aos 95.009 pontos. Houve melhora da performance em relação ao pior momento do dia, quando o índice tocou os 94.540 pontos, e o giro financeiro chamou a atenção: R$ 7,6 bilhões foram movimentados pelas ações do índice. O volume é quase 40%menor do que a média diária negociada nos pregões de 2019, de R$ 12 bilhões até hoje.
Entre as quedas mais relevantes, Bradesco liderou as perdas: a ON caiu -3,25% e a PN cedeu -2,70%. Como são altamente líquidas, as ações do setor bancário são usadas por estrangeiros e grandes fundos para ajustar a exposição a Brasil — e, por isso, também recuaram no dia Banco do Brasil ON (-1,42%) e Itaú Unibanco PN (-2,20%). A Vale ON terminou o dia em queda de -1,55%, mas a Petrobras (-0,07% a ON e -0,30% a PN) teve relevante melhora em linha como preço do petróleo, que acabou fechando em alta.
Fontes: Valor e Infomoney