Juros
O contexto local e internacional favoreceram o movimento de alta dos contratos futuros de juros nesta quinta-feira, com o cenário político, ritmo de negócios no exterior e política monetária no radar.
“Temos o mercado ainda passando por ajustes com a indicação do processo mais lento do que o esperado da tramitação da reforma da Previdência no Congresso. Os investidores estavam com grandes posições e por isso temos um efeito residual”, afirma Rogério Braga, gestor de renda fixa e multimercados da Quantitas.
O clima no exterior também contribui para um dia de alta no mercado de juros com aumento dos temores sobre o ritmo de crescimento da economia global, em meio à falta de sinais mais claros sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
DI1F20: 6,47%
DI1F21: 7,15%
DI1F22: 7,83%
DI1F24: 8,56%
DI1F26: 8,94%
Câmbio
Hoje, uma onda global de aversão ao risco e incertezas sobre o cenário político no Brasil se somaram à cautela com o cronograma da reforma da Previdência, o que se refletiu nos saltos pontuais do dólar ao longo do dia.
Isso não significa que as apostas positivas foram revertidas. Pelo contrário, em vários momentos do dia, o câmbio brasileiro resistiu à pressão lá de fora e o real perdeu menos terreno para o dólar que alguns dos principais emergentes.
O ambiente externo também aumentou a pressão sobre o câmbio brasileiro.
Hoje, os dados de produção industrial da Alemanha frustraram as expectativas do mercado, alimentando o temor sobre a desaceleração da economia global. O Banco da Inglaterra (BoE) também trouxe motivos de alerta para o mercado, ao reduzir a expectativa de crescimento do PIB do Reino Unido neste e no próximo ano. Durante a tarde, veio ainda a informação de que o conselheiro econômico da Casa Branca Larry Kudlow afirmou que uma “distância significativa” permanece entre a China e os Estados Unidos nas negociações comerciais entre os dois países.
No fim do pregão, o dólar futuro (DOLH19) registrou alta de 0,53%, aos R$ 3,7225.
Bolsa
Os mercados no Brasil estão passando por um processo de reprecificação, onde os “vendidos” na bolsa atuam a reboque do exterior e das novas expectativas para a reforma da Previdência, enquanto os “comprados” disputam para trazer o Ibovespa a níveis mais elevados, condizentes com a perspectiva de crescimento dos lucros das companhias.
O resultado da queda de braço hoje foi um Ibovespa em leve queda de 0,24%, aos 94.406 pontos, depois de uma tarde marcada por instabilidade e forte volume de negócios. O giro diário da bolsa bateu os R$14,3 bilhões.
Ao longo do dia, os fundamentos do mercado local prevaleceram em alguma medida — e a recuperação dos bancos deu alívio à baixado Ibovespa. Bradesco ON subiu 1,45%, Bradesco PN ganhou 1,52% e Itaú Unibanco PN avançou 0,36%. No lado negativo, a queda do petróleo estimulou um ajuste forte em Petrobras. No fim da sessão, a ação aliviou a baixa junto com a commodity, mas mesmo assim o movimento foi desfavorável: a ON fechou em queda de 1,77% e a PN cedeu 1,57%.
Fontes: Valor e Infomoney