Fechamento de Mercado (07/06/2019)

Gestoras

Juros

O mercado de juros futuros se mantém firme na trajetória de queda nas taxas. O movimento passa inclusive pelos vértices mais curtos da curva a termo, com os investidores operando suas expectativas para a política monetária. A aposta no corte da taxa básica de juros cresce de maneira gradual e os dados de inflação, divulgados nesta sexta, corroboram essa leitura.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,13% em maio, depois da alta de 0,57% vista no mês anterior. Esse foi o menor índice para um mês de maio desde 2006, quando o número ficou em 0,10%. E ficou também abaixo da expectativa do mercado: a mediana das projeções de consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data indicava para alta de 0,20%.

A principal responsável pela queda do indicador foi a categoria de alimentos e bebidas, que vinha pressionando o IPCA, mas voltou a apresentar deflação em maio após oito meses de alta.

DI1F20: 6,21% (- 7 bps)

DI1F21: 6,27% (- 14 bps)

DI1F23: 7,17% (- 13 bps)

DI1F25: 7,74% (- 13 bps)

DI1F27: 8,13% (- 11 bps)

Câmbio

O dólar fechou em leve baixa contra o real nesta sexta-feira, num típico movimento defensivo de recomposição de posições antes do fim de semana. Ainda assim, a moeda cravou a terceira semana consecutiva de perdas, mais longa sequência do tipo desde as quatro quedas semanais seguidas entre dezembro e janeiro. O movimento ocorreu com melhora do apetite por risco no exterior e percepção favorável à agenda local de reformas.

O dólar à vista caiu 0,13% nesta sexta, para 3,8775 reais na venda. Na semana, a cotação recuou 1,20%. Na B3, a referência do dólar futuro tinha variação negativa de 0,06% nesta sexta-feira. Depois de alcançar em 20 de maio uma máxima em oito meses, acima de 4,10 reais, o dólar entrou em rota descendente, puxado tanto pelo entendimento de que o Congresso está mais comprometido com a reforma da Previdência quanto pela expectativa de alívio monetário nos Estados Unidos.

Bolsa

O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira em meio ao viés de política monetária externa favorável a ativos de risco e novos avanços na pauta de reformas do país. O Ibovespa subiu 0,63%, a 97.821,26 pontos. O volume financeiro na sessão somou 11,8 bilhões de reais. Na semana, o índice acumulou alta de 0,82%.

O movimento foi liderado pelas bolsas norte-americanas após dados de emprego dos Estados Unidos. Os números beneficiaram moedas e bolsas de países emergentes, dado que corroboraram expectativas de juros menores em economias desenvolvidas. No mês passado, foram criadas 75 mil vagas de emprego fora do setor agrícola dos EUA e os dados de março e abril foram revisados para mostrar geração de 75 mil vagas a menos que reportado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 185 mil postos de trabalho no mês passado.

Da cena local, repercutiu positivamente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite da véspera, de que a venda do controle de subsidiárias de estatais não precisa de aval do Congresso Nacional. Analistas avaliaram que a decisão é positiva para o plano de privatizações do governo federal, o que agrada agentes financeiros, que veem na venda de ativos mais um componente para melhora da situação fiscal no país. Também repercutiu positivamente a aprovação na semana pelo Senado de medida provisória que trata do combate a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na segunda-feira e do marco regulatório do saneamento básico, na véspera.

Petrobras PN (PETR4) subiu 1,83% e Petrobras ON (PETR3) valorizou-se 2,72% após o ministro do STF Edson Fachin liberar a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), da companhia, a um consórcio integrado pela elétrica francesa Engie (EGIE3), pouco após decisão do plenário da corte sobre alienação do controle acionário de subsidiárias de estatais. O avanço do petróleo no exterior endossou a alta dos papéis.

Banco do Brasil (BBAS3) fechou em queda de 0,81%, enfraquecido por preocupações sobre o setor bancário com uma eventual recuperação judicial pelo conglomerado Odebrecht. A Moody's disse que o fracasso da venda da participação na Braskem (BRKM5) pode impactar credores da Odebrecht, incluindo o banco estatal. No setor, contudo, Itaú Unibanco PN (ITUB4) subiu 1,07% e Bradesco PN (BBDC4) avançou 0,03%.

Estácio valorizou-se 7,44%, liderando com folga as altas do Ibovespa, após quatro pregões seguidos de baixa, período em acumulou declínio de quase 7%. Analistas do Itaú BBA elevaram a recomendação para as ações para 'outperform', com preço-alvo de 40 reais, argumentando que o mercado está subestimando a criação de valor que a estratégia de expansão do ensino à distância da companhia e as alavancas de eficiência devem gerar. No setor Kroton (KROT3) subiu 2,74%.

BRMalls (BRML3) subiu 4,29%, em sessão positiva para ações de empresas de shopping centers, com Iguatemi (IGTA3) em alta de 2,06% e Multiplan (MULT3) valorizando-se 3,53%. Cyrela (CYRE3) avançou 4,04%. Aliansce (ALSC3) fechou com elevação de 7,16%, após a administradora de shopping centers anunciar na véspera que assinou um acordo por meio do qual será incorporada pela Sonae Sierra Brasil (SSBR3), que recuou 3,51%.

BRF (BRFS3) caiu 4,56% e Marfrig (MRFG3) perdeu 0,46%, com o mercado avaliando o anúncio de fusão entre ambas. Mais cedo, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou que as exportações de carne de frango do Brasil, maior exportador global do produto, totalizaram 381,1 mil toneladas em maio, alta de 14,4% ante o mesmo período do ano passado, com uma disparada nas vendas para a China.

Hypera (HYPE3) cedeu 3,18%, com o papel pressionado após notícias de que a Procuradoria-Geral da República pediu nesta semana o cancelamento do acordo de delação premiada do ex-diretor da companhia Nelson Mello na operação "Lava Jato".

Fontes: Valor e Reuters

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