Juros
Os dados de março de vendas no varejo com mais indícios de que a economia está patinando e as sinalizações dadas na quarta-feira pelo Copom sobre a trajetória da política monetária abriram espaço para nova quedanos juros futuros. A trajetória foi registrada mesmo com o dia negativo no exterior, com o noticiário envolvendo a disputa comercial entre Estados Unidos e China, o que derrubou o real e o Ibovespa. Em dias assim, as taxas normalmente operam em alta, com aumento do prêmio de risco.
O movimento aconteceu porque parte do mercado entende que o Banco Central começa a preparar o terreno para um eventual corte na taxa básica de juros, após a decisão de manter a Selic estável em 6,5% ao ano. O balanço de riscos descrito pelo BC continua simétrico, mas se moveu marginalmente para um patamar mais confortável, na visão de analistas. E é aí que começa a aparecer a brecha para a flexibilização monetária. Isso porque o Copom reforçou a leitura de uma atividade econômica decepcionante.
DI1F20: 6,39% (- 4 bps)
DI1F21: 6,91% (- 9 bps)
DI1F23: 8,04% (- 7 bps)
DI1F25: 8,57% (- 5 bps)
DI1F27: 8,89% (- 4 bps)
Câmbio
Declarações dadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entre ontem e hoje, guiaram os mercados financeiros em todo o mundo,contribuindo, no Brasil, para mais um dia de alta da moeda americana. Apesar dos temores, analistas continuam acreditando que a mudança de tom do presidente americano seja uma tática para arrancar um acordo mais vantajoso de última hora.
Refletindo a preocupação com o estado das negociações comerciais entre Estados Unidos e China, o contrato futuro da moeda americana (DOLM19) fechou em alta moderada, aos R$ 3,9550 (+0,47%). O comportamento foi parecido com as demais moedas emergentes, como o peso mexicano, a rúpia indiana e o rublo russo.
Bolsa
O Ibovespa acompanhou o alívio da onda vendedora no setor bancário, na Petrobras e na Vale e arrefeceu o movimento de baixa. O índice permaneceu no campo negativo hoje em virtude da menor demanda por risco no exterior, mas conseguiu se afastar das mínimas do dia e ficar na faixa dos 94 mil pontos.
Após ajustes, o Ibovespa encerrou em queda de -0,83%, aos 94.808 pontos, depois de tocar os 93.883 pontos na mínima do dia, uma baixa de quase -2%. O giro financeiro totalizou R$ 10,7 bilhões.
A dinâmica foi uma resposta à melhora que se viu no comportamento do petróleo no exterior e em outros ativos e bolsas, na esteira de sinalizações mais amenas para a situação comercial entre China e Estados Unidos.
O Banco do Brasil ON fechou em alta de +0,87%, Bradesco ON caiu -1,97% e Bradesco PN cedeu -1,75%; Itaú Unibanco PN teve desvalorização de-1,24%. A Petrobras permaneceu no destaque negativo entre as “blue chips” — a ON caiu -2,85% e a PN perdeu -1,97%. A Vale ON caiu -0,94%.
Entre as maiores quedas desta tarde ainda estão Braskem PNA(-7,36%), que acelerou a baixa, e Grupo Pão de Açúcar (GPA), que cai -4,32%. Na ponta positiva, persistem ações com histórias corporativas importantes, como Suzano ON (+6,98%), atrelada ao dólar e, por isso, opção defensiva para os investidores dentro de um cenário de busca por proteção global.
Fonte: Valor