Juros
Os juros futuros tiveram um dia de queda nas taxas,sobretudo nos contratos de prazo mais longo, nesta quarta-feira, com o mercado seguindo a trajetória vista no dólar e nos ativos emergentes. No radar dos investidores estiveram os eventos do exterior, como decisão de política monetária do Banco Central Europeu, a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o BC americano) e dados de inflação nos Estados Unidos.
No Brasil, a divulgação da inflação de março gerou pouca reação dos investidores. Os dados justificaram a postura de “cautela, serenidade e perseverança” que o Banco Central tem adotado na condução da política monetária.
De um lado, os números vieram acima da expectativa do mercado e, no acumulado de 12 meses, o índice está, inclusive, acima da meta estipulada pela autoridade de 4,25%. Por outro lado, o aumento é sazonal e as perspectivas para os preços de produtos e serviços seguem muito tranquilas, com expectativas ancoradas.
DI1F20: 6,47% (- 1 bps)
DI1F21: 7,09% (- 0 bps)
DI1F23: 8,19% (- 4 bps)
DI1F25: 8,71% (- 7 bps)
DI1F27: 9,03% (- 7 bps)
Câmbio
A perspectiva de que bancos centrais dos Estados Unidos e da União Europeia mantenham por mais tempo os estímulos monetários impulsionou abusca por risco e beneficiou de maneira generalizada as moedas de economias emergentes, entre elas o Brasil.
Apoiado pelo cenário exterior, o futuro da moeda americana (DOLK19) fechou em queda de -0,65% ante o real, aos R$ 3,8305. A moeda brasileira teve o quarto maior ganho dentro de uma cesta com 33 das moedas mais negociadas do mundo, atrás apenas do rand sul-africano, do peso argentino e do rublo russo.
Ao contrário do ambiente que prevaleceu nos últimos dias, em que o câmbio era dominado por fatores locais como a reforma da Previdência, o noticiário no exterior comandou a sessão desde cedo, com a divulgação do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) e a decisão de juros do BCE. Nos EUA, embora o índice cheio tenha ficado ligeiramente acimado consenso, o núcleo do indicador, mais relevante para os dirigentes do Fed, veio em 2,0% em doze meses, um pouco abaixo da previsão de 2,1% dos analistas. Já o BCE confirmou que irá manter os juros no atual patamar pelo menos até o final do ano e indicou que o programa de compras de ativos continuará por um tempo prolongado depois do início do aperto monetário.
Bolsa
O Ibovespa teve, pelo segundo dia seguido, um movimento negativo, refletindo mais um dia de ajustes de posição dos investidores. Faltam catalisadores no exterior para dar força ao índice, da mesma maneira que um noticiário local leve deixa os investidores à espera da uma injeção de ânimo para operar na renda variável.
O resultado foi um movimento morno de queda de -0,35% para o Ibovespa, que ficou em 95.953 pontos. No pior momento do dia, a correção mais acentuada do índice o colocou em 95.670 pontos; na máxima, o Ibovespa até esboçou uma reação e foi aos 96.902 pontos.
Merece atenção o movimento financeiro das ações do índice. Pelo oitavo pregão consecutivo, o giro ficou abaixo da média diária negociada nas sessões do ano, o que demonstra o quanto os investidores estão em modo de espera. Desde o começo de abril, o pregão de hoje foi o primeiro em que o giro financeiro — de R$ 11,2 bilhões — se aproximou da média diária de 2019, de R$12 bilhões.
A performance negativa ficou concentrada nas ações do setor bancário, com Bradesco ON (-0,92%) e Bradesco PN (-1,43%) na liderança; o Itaú Unibanco PN teve leve baixa de -0,18%. Já a Vale ON, outro papel de importante participação e liquidez no Ibovespa, cedeu -1,13%.
Entre as maiores quedas do dia ficou a CSN ON (-3,65%), seguida pela B2W ON (-3,55%) e pela Suzano ON (-3,51%). Do outro lado, Cemig PN (+4,26%), Natura ON (+4,17%) e Cielo ON (+3,85%) ficaram entre os maiores ganhos do índice.
Fonte: Valor