Juros
A possibilidade da instalação da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) e indicações de comprometimento da equipe do governo com a reforma da Previdência animaram investidores nesta segunda-feira, que decidiram por aumentar risco nas suas carteiras. O movimento fez com que os juros futuros registrassem queda nas taxas.
Bolsonaro e Maia se encontraram no fim de semana para tratar da tramitação da Previdência. Maia já havia afirmado que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seria instalada na quarta-feira desta semana,evento aguardado com ansiedade pelos investidores porque é lá que será feita a primeira análise da proposta.
O contexto internacional também contribui para o movimento. Dados de vendas no varejo de janeiro dos Estados Unidos influenciaram o ritmo de negócio no exterior e, agora, os investidores aguardam o dado de inflação ao consumidor de fevereiro, nos EUA, que serão divulgados nesta terça.
DI1F20: 6,45% (- 1 bps)
DI1F21: 7,07% (- 7 bps)
DI1F23: 8,16% (- 11 bps)
DI1F25: 8,68% (- 12 bps)
DI1F27: 8,99% (- 13 bps)
Câmbio
O mercado de câmbio encontrou motivos para devolver parte do prêmio de risco acumulado nos últimos dias. Apesar dos riscos de desaceleração global e da persistente cautela com a cena política no Brasil, analistas voltam a enxergar uma melhora na articulação política do governo com o Congresso, enquanto a pressão externa dá uma trégua para os emergentes.
Hoje, o dólar futuro (DOLJ19) operou em baixa do começo ao fim do pregão e fechou em queda de -0,75%, aos R$ 3,8435.
A trégua para o mercado de câmbio capta o bom desempenho dos ativos de risco em todo o mundo, incluindo as ações de Nova York e as moedas emergentes. O pano de fundo traz alguns motivos para se dissipar, pelo menor por ora, a preocupação com a desaceleração econômica global. A China mostrou um ritmo mais fraco de crescimento do crédito em fevereiro, mas a leitura do dado reportado ainda foi positiva, deixando espaço para que o governo de Pequim continue estimulando a economia local.
Bolsa
O ambiente positivo para a tomada de risco no exterior combinado com a renovação do otimismo dos investidores no Brasil levou o Ibovespa a recuperar a faixa dos 98 mil pontos e atingir, no fechamento, o maior patamar em quase um mês.
O Ibovespa resistiu a romper a faixa dos 98 mil pontos até o ajuste final do pregão, quando pegou impulso e subiu 2,79%, aos 98.027 pontos, na máxima intradiária. É o maior nível de fechamento desde 14 de fevereiro. O giro financeiro das ações do índice totalizou R$ 11,4 bilhões.
A Petrobras foi o grande destaque positivo da sessão regular, com um combo de catalisadores favoráveis ao papel hoje. A Petrobras ON subiu +5,66% e a PN ganhou +4,05%. Outro elemento de impulso para o papel veio do exterior, com a alta das bolsas americanas e com um ambiente propenso à tomada de risco — todos os ativos brasileiros negociados em Wall Street tiveram ganhos expressivos. Isso, em conjunto com o otimismo por novos comentários sobre a reforma da Previdência, deu força aos papéis da Petrobras, como também para outras ações de grande liquidez e participação no Ibovespa, caso dos bancos, entre eles Bradesco (+4,07% a ON e +4,06% a PN) e Itaú Unibanco PN (+3,27%),e da Vale ON (+2,11%).
Os destaques negativos do dia ficaram por conta das ações da GOL PN (-2,92%), Equatorial ON (-1,22%) e Klabin UNT (-0,67%).
Fonte: Valor