Juros
Os contratos futuros de juros têm novo dia de alívio hoje com a reforma da Previdência no radar, junto com novos dados de inflação e um dia tranquilo para países emergentes no exterior.
Os investidores estavam com posicionamento reduzido nos contratos de curto prazo com temores sobre possibilidade de alta da inflação no curtíssimo prazo. Embora o IPCA tenha vindo levemente acima do esperado pelos profissionais do mercado, com a alta de 0,43% em fevereiro, ante uma expectativa de mercado de 0,37%, o indicador ainda se mantém em um patamar confortável do ponto de vista da política monetária, segundo especialistas.
Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, também destaca a inflação de serviços. “Os serviços, sobretudo os adjacentes, estavam mais pressionados nos últimos meses. Esse item surpreendeu para baixo e por isso o mercado viu o IPCA como positivo”, diz.
DI1F20: 6,41% (- 4 bps)
DI1F21: 7,00% (- 6 bps)
DI1F23: 8,06% (- 10 bps)
DI1F25: 8,58% (- 11 bps)
DI1F27: 8,91% (- 8 bps)
Câmbio
O dólar futuro (DOLJ19) chega à terceira baixa consecutiva,fechando o pregão na marca de R$ 3,8165, uma queda de -0,70%, depois da escalada nos primeiros dias de março. O alívio da pressão no mercado brasileiro capta o sinal bastante favorável para emergentes, com queda quase generalizada da divisa americana no exterior, com perspectivas mais favoráveis sobre os riscos globais.
No ambiente brasileiro, é destaque a confirmação da instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.Ficou acordado após reunião de líderes partidários que a CCJ será instalada na noite de amanhã, com os partidos da oposição aceitando fazer as indicações para compor o grupo.
O pano de fundo internacional conta com maior otimismo devido à percepção de que o banco central americano (Federal Reserve - FED) se manterá“paciente” no ciclo de alta de juros. Segundo especialistas, “Os dados de inflação dos Estados Unidos foram modestos e mostram que a desaceleração econômica está mantendo a inflação sob controle”.
Bolsa
O Ibovespa opera em leve queda nesta terça-feira, cedendo a um leve movimento de correção após os ganhos expressivos acumulados nos dois últimos pregões. O noticiário político brasileiro segue como principal fator de influência para o Ibovespa no curto prazo: os investidores continuam otimistas em relação à reforma da Previdência.
A percepção de que o governo estaria mais empenhado na aprovação da reforma da Previdência deu ânimo aos investidores e fez com que o Ibovespa saltasse de 94.340 pontos na última quinta-feira para os 98.026 pontos no fechamento da sessão de segunda-feira— um ganho de 3,9% em dois pregões.
Nesse contexto, papéis que estiverem entre os principais beneficiados do rali dos últimos dias aparecem hoje no campo negativo, num movimento de correção. Nesse grupo, destaque para os bancos: BB ON (-1,41%) lidera as perdas do setor, seguido por Bradesco PN (-0,47%) e Itaú PN (-0,38%).
Ainda entre as blue chips, estavam em queda Petrobras PN (-0,25%) e Petrobras ON (-0,26%). A exceção é Vale ON (0,20%) que consegue sustentar leve alta.
O tom de cautela visto no exterior também contribui para as oscilações relativamente baixas vistas no Ibovespa hoje. O Dow Jones recuava 0,38% nesta tarde, enquanto o S&P 500 (0,40%) e o Nasdaq (0,62%) avançavam;entre as commodities, o petróleo tinha ganho moderado.
Também contribui para a queda do Ibovespa o mau desempenho do setor de varejo, em especial B2W ON (-4,06%), Lojas Americanas PN (-2,81%) e Magazine Luiza ON (-1,97%), num contexto de possível aumento de concorrência no comércio eletrônico após o Mercado Livre anunciar uma oferta de ações de US$1,85 bilhão — a empresa é listada na Nasdaq desde 2007.
Fonte: Valor