Juros
Mais uma semana com o ambiente político local conturbado levou os contratos futuros de juros a acumularem alta nas taxas, embora o movimento tenha sido pequeno ‒ nesta sexta-feira, no entanto, o dia foi de queda nos contratos de curto prazo e de alta nos de longo.
A política continua sendo o principal fator de influência nos negócios com ativos locais e, de ontem para hoje, intervenção do governo na Petrobras e investigações contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, levaram a uma nova correção na curva a termo.
DI1F20: 6,47% (- 0 bps)
DI1F21: 7,14% (+ 3 bps)
DI1F23: 8,29% (+ 6 bps)
DI1F25: 8,80% (+ 6 bps)
DI1F27: 9,11% (+ 7 bps)
Câmbio
O dólar encerrou o último pregão da semana com nova alta, refletindo aumento da cautela do investidor com o cenário local, após ingerência do presidente Jair Bolsonaro na política de preços da Petrobras e o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para dar mais prazo ao inquérito que investiga um suposto pagamento de propina da Odebrecht ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seu pai, César Maia.
No fim do dia, o futuro da moeda americana (DOLK19) era cotada aos R$ 3,8850, ganho de +0,60%. O real foi a moeda que mais se desvalorizou relação ao dólar em uma cesta com as 33 divisas mais líquidas. Na outra ponta, o peso argentino caiu -1,12%.
De acordo com um gestor que preferiu não se identificar, os episódios envolvendo Bolsonaro e Maia devem levar os investidores mais otimistas a questionar suas perspectivas para a aprovação de reforma da Previdência. "Acho que começa a cair a ficha do mercado, que será obrigado a colocar mais prêmio nos ativos", diz o profissional, para quem o patamar do dólar, juros e bolsa ainda se mostra bem-comportado frente ao que deve vir nas próximas semanas.
Bolsa
Conturbada e com novos desdobramentos negativos, o ambiente político no Brasil força o investidor a reduzir exposição não só na Petrobras, mas em outras públicas listadas na B3. Juntas, as demais estatais do Ibovespa -além da Petrobras- perderam R$ 40,6 bilhões de valor de mercado em um só pregão.
Duas notícias atormentam o mercado e sobretudo as companhias públicas, que são mais ligadas à cena política. O dia já começou ruim com a notícia de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) estendeu por 60 dias investigação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), evento visto como um risco para a tramitação da reforma da Previdência.
O mercado também abriu com a notícia de que a Petrobras recuou da decisão de subir em 5,7% o preço do diesel, agora sabidamente por recomendação do presidente Jair Bolsonaro em telefonema para o presidente da companhia, Roberto Castello Branco. A atuação de Bolsonaro trouxe à tona a lembrança dos momentos de ingerência de governos passados e força um ajuste forte de posição na renda variável.
No fechamento, Petrobras ON recuou -8,54%, enquanto a PN cedeu -7,75%. A companhia perdeu R$ 34 bilhões em valor de mercado.
A petroleira arrastou as demais empresas — Banco do Brasil ON (-3,17%), Eletrobras (-4,97% a PNB e -5,24% a ON), Cemig PN (-3,11%) e Sabesp ON (-2,88%) perderam, em conjunto, R$ 40,6 bilhões de valor de mercado só na sessão de hoje.
Fontes: Valor e Infomoney