Juros
A atividade mais fraca indicada nos dados de vendas no varejo acertou em cheio os juros futuros nesta quarta-feira (13) e fez com que esse mercado descolasse do câmbio e da bolsa. Isso porque as dúvidas sobre ritmo de retomada da economia trazem de volta as incertezas sobre a trajetória da política monetária e espaço para um eventual movimento de corte da Selic no futuro.
A melhora da saúde do presidente Jair Bolsonaro também contribuiu para o movimento dos juros futuros, nesse caso dos vértices mais longos, com a expectativa do mercado de retomada da tramitação da reforma da Previdência.
Enquanto a bolsa operava em queda e o dólar avançava, os DIs mantiveram a trajetória de baixa nas taxas ao longo de toda a tarde, com destaque para os contratos de curto prazo.
DI1F20: 6,415%
DI1F21: 7,04%
DI1F23: 8,18%
DI1F25: 8,72%
DI1F27: 9,06%
Câmbio
A trégua no mercado de câmbio esbarrou em nova rodada deperdas das moedas emergentes. Os dados de inflação dos Estados Unidos trazem de volta o risco de que o Federal Reserve (o banco central americano) não seja tão “dovish” quanto se esperava.
O avanço do dólar é quase generalizado nas principais praças internacionais, com efeito mais acentuado contra os emergentes. A moeda que mais perde terreno é o rand sul-africano, seguido pelo real brasileiro.
Um fator técnico também acentuou o movimento do câmbio brasileiro hoje. Os investidores voltaram a apostar em juros mais baixos no Brasil, o que afeta a atratividade do real brasileiro e diminui o custo do hedge no país. Com isso, houve um movimento de fortalecimento do dólar por aqui.
O dólar futuro (DOLH19) terminou a sessão em baixa de +1,20%,aos R$ 3,7585.
Bolsa
O Ibovespa teve uma sessão marcada por verdadeira instabilidade. Em dia de vencimento de opções sobre o índice, os investidores que apostam contra e a favor da bolsa cravaram uma queda de braço nos preços, o que fez o índice tentar uma aproximação dos 97 mil pontos e voltar aos 95 mil pontos em uma única sessão. No fim do dia, o Ibovespa caiu 0,34%, aos 95.842 pontos.
Outro pano de fundo dos negócios é a expectativa quanto à reforma da Previdência. Relatos nas mesas de operação mostram que os investidores seguem confiantes de que a reforma sairá, mas ainda há dúvidas de qual será a idade mínima para liberação das aposentadorias.
Os destaques negativos do índice hoje ficaram com as ações do setor bancário: Itaú Unibanco PN (-2,28%), Banco do Brasil ON (-2,27%) e Bradesco PN (-1,55%). No campo positivo, Vale ON (+2,69%) e Petrobras PN (+1,28%) ajudaram a suavizar a queda do índice.
Fonte: Valor