Juros
Os contratos futuros de juros encerram a sessão regular desta segunda-feira em alta, com os investidores adicionando prêmio na curva atermo em decorrência do estresse visto nos ativos globais diante as disputas comerciais entre Estados Unidos e China. O movimento na renda fixa, no entanto, é mais contido do que o visto nos mercados de câmbio e bolsa em decorrência do cenário de atividade fraca no Brasil.
O que está por trás de todo o estresse é a disputa comercial entre Estados Unidos e China, criando forte aversão ao risco no ambiente global. A China informou, nesta segunda, que irá aumentar as tarifas sobre alguns produtos dos Estados Unidos a partir de 1 de junho, subindo para 25% as tarifas já impostas sobre US$ 60 bilhões em produtos importados.
Enquanto ativos de risco como um todo sofrem nesta segunda-feira, a alta dos DIs tem um teto diante da atividade fraca e da discussão sobre a possibilidade de corte de juros em 2019. Nesta terça, a autoridade monetária vai divulgar a ata da última reunião do Copom. A expectativa é que o BC mantenha o tom mais favorável ao afrouxamento monetário condicionando um eventual corte à aprovação da reforma da Previdência.
DI1F20: 6,41% (+ 1 bps)
DI1F21: 6,95% (+ 6 bps)
DI1F23: 8,10% (+ 9 bps)
DI1F25: 8,65% (+ 10 bps)
DI1F27: 8,98% (+ 12 bps)
Câmbio
As negociações comerciais entre EUA e China continuaram adar as cartas no primeiro pregão do câmbio desta semana. Pressionado pelo anúncio das retaliações chinesas às medidas anunciadas por Washington na semana passada, e o futuro da moeda americana (DOLM19), após um dia de muita volatilidade, rompeu o patamar de R$ 4,00 e encerrou o pregão cotado em R$ 4,0040, alta de +1,16% no dia.
O desempenho do real é apenas intermediário quando comparado ao de outras divisas emergentes, como a lira turca (1,58%) e o rand sul-africano (1,17%) e o peso chileno (1,06%). Na outra ponta, alimentados pela busca por proteção, se beneficiaram frente ao dólar moedas como o franco suíço (0,52%) e o iene japonês (0,50%).
Bolsa
Com a escalada das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, a aversão ao risco no exterior fez o Ibovespa encerrar no menor nível desde janeiro. O movimento veio acompanhado de um giro ligeiramente abaixo da média diária negociada nos pregões de 2019, mesmo assim intenso — R$ 10,8 bilhões. Essa combinação de fatores demonstra que o mercado elevou o tom de cautela e que o Brasil não tem como passar incólume pela turbulência lá fora.
O Ibovespa terminou em queda de -2,69%, aos 91.727 pontos, depois de tocar a mínima em 91.600 pontos. No fechamento, trata-se do menor patamar desde 7 de janeiro deste ano, quando ficou em 91.699 pontos. Desde as máximas de fechamento, atingidas em meados de março, o índice cai -8,3%.
Entre as poucas altas do dia, a Via Varejo ON ganhou +2,60%,depois da notícia de que o empresário Michael Klein e a XP Asset estudam juntos a aquisição da varejista. Entre os papéis mais líquidos e de maior peso no índice, porém, o dia foi de vastas perdas, com destaque para bancos, Vale ON (-4,10%) e Petrobras (-2,92% a ON e -3,27% a PN).
Fontes: Valor e Infomoney