Juros
Enquanto câmbio e bolsa mantiveram relativa estabilidade,com movimentos limitados ao longo desta terça-feira, os contratos futuros de juros ampliaram a trajetória de baixa e fecharam com queda nas taxas.
O mercado ainda está digerindo as mensagens transmitidas hoje pelo Banco Central, na divulgação da ata do Copom. De um lado, o BC deu ênfase na fraqueza da economia e deixou clara a sua preocupação com o ritmo de retomada da atividade. Por outro, afirmou que espera reação dos dados à medida que as incertezas vão saindo do cenário local.
DI1F20: 6,39% (- 2 bps)
DI1F21: 6,83% (- 12 bps)
DI1F23: 7,98% (- 12 bps)
DI1F25: 8,54% (- 11 bps)
DI1F27: 8,88% (- 10 bps)
Câmbio
Preocupações com a qualidade da articulação política em prol da reforma da Previdência pesaram sobre a negociação do câmbio neste pregão, reduzindo a capacidade do dólar de corrigir a alta de +0,87% registrada ante o real na véspera.
No fim do dia, o contrato futuro da moeda americana apontou baixa de -0,60%, aos R$ 3,9800. O recuo ante o real foi mais comedido que o observado em pares emergentes e ligadas a commodities, como o rublo russo, o peso argentino e o rand sul-africano. O dólar caiu cerca de -0,5% contra esses papéis.
Para Roberto Campos, gestor da Absolute, o noticiário político pode trazer ruídos de curto prazo, mas demorará para se traduzir em algo concreto, já que delações homologadas e quebras de sigilos levam tempo para se transformar em novas acusações. "Só colocou pulga atrás da orelha", minimiza.
Bolsa
Dividido entre a oportunidade de compra no mercado acionário após as quedas e a necessidade de manter certa cautela com a cena doméstica e internacional, o investidor permitiu uma recuperação ao Ibovespa — só que modesta.
O índice terminou o pregão em alta, mas sem alarde, bem atrás do que foram as bolsas americanas: subiu +0,40%, aos 92.092 pontos. O volume financeiro caiu bastante ao longo da tarde e terminou em R$ 9,9 bilhões, abaixo dos R$ 12 bilhões de média diária negociada nas sessões de 2019 até agora.
Três aspectos garantiram os ganhos robustos ao longo do primeiro trimestre: o ambiente melhor para emergentes no exterior, a confiança na recuperação da economia e a perspectiva de reforma da Previdência. Duas dessas frentes tiveram desdobramentos recentes muito ruins: a guerra comercial voltou a assombrar os ativos de risco na cena internacional e os indicadores de atividade do Brasil vêm mostrando sucessiva piora.
Sobrou, portanto, a expectativa dos gestores de que a reforma fiscal possa ser aprovada, injetando ânimo e novos investimentos no Brasil, com consequente melhoria do consumo e da atividade. É por esse motivo, dizem analistas, que o Ibovespa se estabiliza a partir de agora em um patamar de preço mais baixo, ainda marcado por cautela.
Na liderança do Ibovespa ficou a JBS ON (+8,36%), após a companhia dobrar o lucro do primeiro trimestre ante igual período de 2018, para R$ 1,09 bilhão. Também entre as maiores altas do dia ficou a Eletrobras (+6,84%a ON e +4,08% a PNB), depois da divulgação do seu balanço do primeiro trimestre, quando triplicou o lucro líquido em relação ao mesmo período em 2018, para R$ 1,4 bilhão.
Fontes: Valor e Infomoney