Juros
Os contratos de juros futuros encerram a semana acumulando queda nas taxas, dos DIs de curto prazo aos mais longos. A discussão sobre os próximos passos da política monetária foi o que permeou os negócios na semana elevou as taxas para baixo.
Nesta sexta-feira, o dia também foi de queda, diante do bom humor dos investidores no exterior e no ambiente local, com destaque para os vencimentos de longo prazo. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, explica que os ativos são influenciados pelos dados fracos divulgados hoje da economia americana e com o otimismo local na esteira do leilão de aeroportos.
DI1F20: 6,375% (- 1 bps)
DI1F21: 6,96% (+ 0 bps)
DI1F23: 8,05% (- 2 bps)
DI1F25: 8,59% (- 1 bps)
DI1F27: 8,91% (- 1 bps)
Câmbio
Depois de três semanas consecutivas de alta, o dólar finalmente interrompeu a escalada. Só nesta sexta-feira, o futuro da moeda americana (DOLJ19) registrou baixa de -0,79%, aos R$ 3,8155.
O movimento do mercado local captou hoje a firme queda do dólar nas principais praças internacionais. De acordo com profissionais de mercado, o pano de fundo deste movimento é a aproximação entre Estados Unidos e China, que buscam um acordo comercial após meses de disputa.
O alívio se soma à decisão dos parlamentares britânicos de adiar a saída do Reino Unido da União Europeia para 30 de junho. Em termos de indicadores econômicos, os dados de produção industrial nos Estados Unidos e o índice Empire State mostram que a maior economia do mundo está desacelerando, o que favorece a posição “paciente” do Fed.
Domesticamente, os investidores do mercado de câmbio também acompanham o leilão de aeroportos. No total, os três vencedores irão pagar, à vista, R$ 2,38 bilhões em outorga, e a rodada teve ágio médio de 986% em relação à outorga mínima estabelecida.
Bolsa
Com o ambiente no exterior um pouco mais propenso à tomada de risco hoje, o Ibovespa conseguiu renovar recordes e rompeu, pela primeira vez na história, o nível de 99 mil pontos no fechamento. O desempenho da bolsa foi comedido hoje, mas acompanhou a tendência de outros ativos locais, caso do dólar comercial e dos juros futuros.
O Ibovespa terminou o pregão em alta de 0,54%, aos 99.137 pontos, depois de tocar uma máxima intradiária de 99.393 pontos — um novo recorde tanto de fechamento, quanto de nível máximo. O giro financeiro deu um salto relevante nos momentos finais da sessão — até as 16h30, pouco mais de R$ 9 bilhões eram negociados pelas ações do índice; no fim, o giro somou R$ 13,9 bilhões.
Na semana, o índice acumulou um ganho de 3,96%. No mês até hoje, o Ibovespa sobe 3,72% e, no ano, a alta é de 12,8%.
O impulso positivo lá fora ajuda na performance da Petrobras: a ON avançou +1,05% e a PN da estatal ganhou +0,21%. O Bradesco ON teve alta de +0,48% hoje, enquanto a PN do banco se valorizou +0,42%; o Itaú Unibanco PN teve pequena baixa de -0,03%, enquanto a Vale ON caiu -0,32%.
Na maior alta do dia ficou a BRF ON (+7,08%). Conforme o repórter Luiz Henrique Mendes, o surto de peste suína africana na China começa a entrar no radar do mercado, depois que quase 1 milhão de animais foram sacrificados. Embora ainda seja difícil estimar o volume que o país asiático terá que importar, é consenso que os frigoríficos no Brasil e nos EUA serão beneficiados pelo aumento da demanda.
Fonte: Valor