Juros
O ritmo dos negócios no exterior e o noticiário político pesaram no mercado de juros futuros de longo prazo nesta terça-feira e os contratos encerraram o pregão regular com leve alta nas taxas.
“Juros e dólar já abriram em alta com as preocupações com o ritmo de crescimento mundial, e os dados mais fracos do que o esperado contribuíram para esse sentimento”, afirma Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil. “Internamente, as preocupações com a reforma da Previdência pesam, sobretudo com a possibilidade da votação na CCJ ser adiada para a semana que vem”, completa.
Os ativos locais chegaram a mostrar alguma reação positiva com o noticiário em torno da Petrobras, mas tanto os juros quanto o dólar mantiveram a trajetória de alta. A expectativa é que a estatal confirme nos próximos dias o reajuste do preço do diesel, que foi suspenso a pedido do presidente Jair Bolsonaro na semana passada.
DI1F20: 6,46% (- 0 bps)
DI1F21: 7,11% (+ 4 bps)
DI1F23: 8,27% (+ 6 bps)
DI1F25: 8,80% (+ 7 bps)
DI1F27: 9,10% (+ 6 bps)
Câmbio
As indefinições no caminho da reforma da Previdência reforçaram o clima de cautela no mercado de câmbio.
Em um dia pouco favorável a emergentes no exterior, os investidores recorreram à proteção do dólar para enfrentar o risco de novos solavancos na cena política, o que levou a cotação para a marca de R$ 3,90, o maior nível registrado no mês de abril.
A apreensão dos investidores, inclusive, tem transparecido no ajuste de expectativas para o potencial de economia fiscal e o tempo de tramitação da principal medida do ajuste de contas públicas.
Hoje, o contrato futuro do dólar (DOLK19) subiu do começo ao fim da sessão e fechou em alta de +0,81%, R$ 3,9070, num movimento que derrubou o real brasileiro para o segundo pior desempenho do dia numa lista das principais divisas globais. A desvalorização do câmbio doméstico só não foi pior que o do peso argentino, que vem de uma economia muito mais frágil que a brasileira, além de enfrentar um período de incertezas eleitorais.
Bolsa
Depois de dois dias marcado por um movimento de cautela, o Ibovespa encontrou impulso na recuperação da Petrobras e na performance da Vale para voltar à faixa dos 94 mil pontos. Além da ajuda das duas gigantes da bolsa, a cena corporativa contou com outras boas histórias, o que igualmente deu amparo ao desempenho positivo do índice. Após ajustes, o Ibovespa terminou a sessão regular com alta de 1,34%, aos 94.333 pontos, com giro de R$ 11,5 bilhões, perto da média diária negociada nas sessões de 2019.
A Petrobras ON subiu +3,57%, enquanto a PN teve ganho de +3,05%. A Vale ON avançou +3,45%. As ações da petroleira se recuperaram hoje na esteiradas informações de que a companhia deve confirmar, nos próximos dias, o reajuste do diesel suspenso pela empresa na sexta-feira a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Os três ativos ficaram nos destaques positivos ao lado do setor frigorífico: JBS ON (+8,48%), Marfrig ON (+7,42%) e BRF ON (+6,26%) ficaram na liderança das altas do bolsa, depois que o Morgan Stanley elevou a recomendação para a JBS para o equivalente à compra. A decisão estimulou o investidor a elevar a alocação no frigorífico e a performance transbordou para os outros papeis do setor.
Fontes: Valor e Infomoney