Fechamento de Mercado (16/05/2019)

Gestoras

Juros

O cenário político pesou sobre os ativos brasileiros nesta quinta-feira e eles mostraram piora ao longo do dia, com os investidores adicionando prêmio de risco. No caso dos contratos futuros de juros, o resultado foi alta nas taxas. Com isso, os DIs devolvem parte do movimento de baixa no mês de maio.

O mercado tem ajustado a curva a termo a partir de dados que têm confirmado a fraqueza da economia e estimulado a discussão do corte da taxa básica de juros. Hoje foi a vez do Bank of America Merrill Lynch (BofA) de ajustar as suas estimativas, depois da movimentação do BNP Paribas no mesmo sentido na quarta.

O governo perdeu um pouco as rédeas do ambiente político novamente e isso pesa nos ativos locais, na visão de Rogério Braga, gestor de renda fixa e multimercados da Quantitas. Segundo ele, a situação atual é reflexo de uma série de deslizes da equipe de Jair Bolsonaro. Além disso, a fraca coordenação política do governo no Congresso também pesa na situação atual.

 

DI1F20: 6,43% (+ 2 bps)

DI1F21: 6,94% (+ 6 bps)

DI1F23: 8,13% (+ 6 bps)

DI1F25: 8,74% (+ 10 bps)

DI1F27: 9,09% (+ 12 bps)

 

Câmbio

A sequência de notícias negativas no campo político pesou novamente sobre a negociação do câmbio brasileiro, levando o dólar a renovar a máxima de fechamento do ano.

No fim do dia, o contrato futuro da moeda americana (DOLM19) encerrou em alta de +1,15%, aos R$ 4,0545, próximo da máxima intraday. Este é o terceiro pregão consecutivo de alta e o segundo dia em que o real lidera as perdas ante o dólar entre as 31 divisas mais líquidas do mundo.

Segundo profissionais do mercado, não houve uma notícia ou movimento específico que disparasse essa piora na percepção sobre o ambiente político, mas uma sequência de ruídos, comentários e situações ao longo dos últimos dias que vêm, incrementalmente, desgastando os ânimos de um mercado que ainda precifica a aprovação da reforma da Previdência.

 

Bolsa

Um mercado que já começou o dia mal-humorado, diante da difícil situação política e macroeconômica do Brasil, encontrou na Vale o argumento que faltava para forçar um ajuste mais forte do Ibovespa e colocá-lo no patamar mais baixo de 2019.

O índice terminou o pregão regular em queda de -1,75%, aos 90.024 pontos. É o menor nível desde 28 de dezembro, último pregão do ano passado, quando estava em 87.887 pontos. Na mínima, o Ibovespa chegou a tocar os 89.778 pontos. O giro financeiro foi bastante forte, de R$ 14,1 bilhões, acima da média diária do ano.

O Ibovespa já tinha uma tendência negativa desde o começo do dia, pressionado pela cautela dos investidores com o Brasil. A avaliação é de que a situação não é boa em termos de comunicação do governo e construção de apoio pela aprovação da reforma da Previdência, ainda sem avanço na Câmara.

Todo esse ambiente vem forçando uma correção de ações ligadas ao ambiente doméstico, caso de bancos, varejistas e estatais. Hoje, Bradesco ON cedeu -1,81%, Bradesco PN caiu -1,17% e Itaú Unibanco PN perdeu -1,29%; o estatal Banco do Brasil ON teve baixa forte de -3,12%. No setor de commodities, a Petrobras ON teve queda de -1,91%, enquanto a PN da estatal encerrou com recuo de -2,36%.

Na ponta positiva, com a alta do minério de ferro na cena externa, a CSN ON (+4,61%) surfou o desempenho e ficou entre os maiores ganhos do dia, ao lado da Marfrig ON (+7,87%), que reagiu à divulgação do balanço trimestral da empresa

Fontes: Valor e Infomoney

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