Juros
A apreensão em torno da reforma da Previdência se traduziu,mais uma vez, num novo avanço dos juros longos nesta quarta-feira.
O receio dos investidores com a capacidade de articulação política do governo veio à tona, novamente, nesta semana. O que evidenciou a fragilidade da administração Bolsonaro desta vez foi a demora no andamento da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro colegiado que avalia o texto. De acordo com profissionais de mercado, essa seria, em tese, a fase mais fácil do caminho da reforma já que a CCJ só deveria avaliar a validade constitucional da medida, mas já sofre pressão por mudanças na proposta inicial do governo.
Ainda assim, os investidores têm mantido as posições estruturais, apenas abrindo posições táticas quando consideram necessário.
DI1F20: 6,46% (- 0 bps)
DI1F21: 7,13% (+ 2 bps)
DI1F23: 8,31% (+ 4 bps)
DI1F25: 8,83% (+ 3 bps)
DI1F27: 9,14% (+ 4 bps)
Câmbio
A confiança dos investidores nos próximos passos da agenda econômica foi prejudicada nos últimos dias pela sequência de deslizes do governo de Jair Bolsonaro. Da ingerência na Petrobras à falta de articulação política com o Congresso, o panorama político impõe uma dose reforçada de cautela e um nível mais elevado de prêmio de risco aos mercados locais.
Hoje, o dólar futuro (DOLK19) fechou em alta de +0,81%, aos R$ 3,9385, depois de bater R$ 3,951 na máxima do dia. Desta vez, o que evidenciou a fragilidade da administração Bolsonaro foi a demora no andamento da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro colegiado que avalia o texto.
O saldo disso tudo é o aumento de volatilidade, com potencial de ganhos limitado no curto prazo, na avaliação dos profissionais de mercado. Inclusive, aumenta o risco de correção mais intensa nos ativos, ou seja, de depreciação depois dos ganhos no começo do ano.
Bolsa
O adiamento da votação do texto da reforma da Previdência trouxe uma nova onda de pressão para o mercado de ações e empurrou o Ibovespa de volta à faixa dos 93 mil pontos. A isso se soma também o receio do investidor com a condução da Petrobras, depois que o gesto de ingerência do governo na empresada última semana despertou dúvidas sobre o futuro da companhia.
O saldo das preocupações do investidor foi um Ibovespa em queda de -1,11% no pregão de hoje, aos 93.285 pontos, com giro forte de R$ 16,6 bilhões — acima, portanto, da média diária negociada nas sessões de 2019, que é de R$ 12 bilhões. Na mínima do dia, o Ibovespa chegou a retroceder aos 92.338 pontos.
As estatais, como é comum em casos de desânimo generalizado dos investidores com a cena política, foram algumas das companhias mais penalizadas hoje, mesma dinâmica das “bluechips”, que são altamente líquidas. Entre as mais importantes quedas, ficaram Vale ON (-1,60%), Bradesco ON (-0,53%), Bradesco PN (-1,38%), Itaú Unibanco PN (-1,55%) e Ambev ON (-2,74%)
Fontes: Valor e Infomoney