Fechamento de Mercado (17/05/2019)

Gestoras

Juros

Os contratos futuros de juros deixaram de ficar tão apáticos ao ambiente político e mostraram forte avanço nas taxas no fim desta semana,com os investidores colocando prêmio de risco na curva a termo.

O mercado de renda fixa vinha mantendo relativa estabilidade por ser influenciado por duas forças: de um lado, a fraqueza da economia tem incentivado a discussão sobre o corte da taxa básica de juros e incentiva o movimento de queda dos DIs; do outro, o cenário político conturbado impõe prêmio nos ativos, impulsionando para cima as taxas. Nesta sexta, a política pesou mais e a atuação do governo de Jair Bolsonaro está diretamente ligada ao movimento.

Bruno Marques, gestor do fundo multimercado da XP Asset, destaca a “total desarticulação do governo”. “Ainda que Bolsonaro tenha mostrado algum pragmatismo admitindo a criação de dois ministérios, a inabilidade para prosseguir nessa linha foi muito grande e criou uma situação de total desarticulação. Há uma insatisfação muito grande e desconfiança

 

DI1F20: 6,46% (+ 3 bps)

DI1F21: 6,99% (+ 5 bps)

DI1F23: 8,23% (+ 10 bps)

DI1F25: 8,85% (+ 11 bps)

DI1F27: 9,20% (+ 11 bps)

 

Câmbio

A crescente cautela com as perspectivas políticas no Brasil gerou uma forte reação no mercado de câmbio brasileiro, levando o real brasileiro a ter o pior desempenho em uma semana desde agosto, início da corrida eleitoral.

Hoje no fim dos negócios, o contrato futuro da moeda americana (DOLM19) foi negociada em alta de +1,28%, aos R$ 4,1065. Este é o maior fechamento desde setembro. Naquele momento, as primeiras pesquisas eleitorais incluindo o candidato do PT, Fernando Haddad, mostravam bom potencial de crescimento quando seu nome era associado ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O desempenho negativo da moeda brasileira frente ao dólar também foi bem superior ao de pares como o peso mexicano, o rublo russo ou o rand sul-africano, que se desvalorizaram, respectivamente, 1,28%, 0,26% e 0,98% na semana.

 

Bolsa

A situação macroeconômica e política no Brasil pressionou de tal forma o Ibovespa que o índice chegou ao fim da sessão de hoje completando a segunda maior queda semanal de 2019 e, pela primeira vez no ano, na faixa de 89 mil pontos.

O Ibovespa teve grande alívio no movimento negativo hoje e terminou o pregão em queda de 0,04%, aos 89.993 pontos. Embora pequena, a perda foi suficiente para colocar o índice no patamar mais baixo desde 28 de dezembro, último pregão de 2018, quando ficou em 87.887 pontos. O giro financeiro foi de R$ 13,3 bilhões.

Com a disparada do dólar hoje, empresas conectadas diretamente à moeda passaram aos destaques no dia, caso de Suzano ON (+6,09%) e Embraer ON (+4,13%). No grupo dos papéis mais líquidos, os bancos tiveram um dia um pouco mais positivo, enquanto a Vale subiu +2,84%, tendendo recompor parte das perdas da véspera.

Já a Petrobras PN (-2,33%) cedeu muito mais do que a ON no dia (-0,79%). Essa divergência é um indício justamente do efeito que questões locais estão tendo sobre o mercado, já que a PN é mais negociada, no geral, por investidores locais institucionais e pessoa física, enquanto a ON é preferida como veículo de investimento dos estrangeiros.

Fontes: Valor e Infomoney

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