Juros
Em dia de feriado nos Estados Unidos, a crise no governo de Jair Bolsonaro concentra as atenções dos investidores e leva os mercados brasileiros a patamar negativo. É esperada para esta segunda-feira a oficialização da demissão do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno.
A trajetória da política monetária também continua no foco dos investidores. A possibilidade de uma nova rodada de flexibilização voltou a ser discutida por economistas hoje durante reunião com dirigentes do Banco Central no Rio de Janeiro.
Em meio a essa conjuntura, a curva de juros voltou a inclinar hoje, com os vértices longos subindo mais de 150 bps e os curtos pouco acima do ponto neutro.
DI1F20: 6,39%
DI1F21: 7,02%
DI1F23: 8,15%
DI1F25: 8,69%
DI1F27: 9,02%
Câmbio
O clima de cautela prevaleceu hoje nos mercados brasileiros. Diante de ruídos no ambiente político, foi um dia de buscar a proteção do dólar e diminuir a exposição nos principais ativos locais.
A apreensão no mercado é atribuída a incertezas sobre os efeitos da saída de Gustavo Bebianno do governo, que ainda não se oficializou. Parte dos investidores teme que, com a demissão, o governo perca poder dearticulação em negociações de pautas junto ao Congresso.
Por outro lado, existe o argumento de que o governo se livra de uma pessoa acusada de irregularidades, que deixava a administração vulnerável a ataques da oposição, principalmente, diante da necessidade de se aprovar medidas importantes no Legislativo.
Hoje, o dólar futuro (DOLH19) fechou o dia em alta de +0,88%,aos R$ 3,7360.
Bolsa
O Ibovespa fechou o dia em queda de 1,04%, aos 96.510 pontos, ainda marcado pela realização de lucros dos investidores combinada com certo receio com relação à exposição do governo a um ambiente de crise institucional.
Segundo operadores, sem as bolsas americanas para dar ânimo ao investidor, o cenário político ganha ênfase e adiciona pressão negativa nos negócios.
Nesse contexto, continua predominando o interesse pela redução de exposição em Brasil. O mercado equilibra a confiança de que alguma reforma da Previdência será aprovada com as dúvidas que ainda rondam a pauta,sobretudo em uma semana em que o texto deve ser enviado ao Congresso — a data divulgada pelo governo para o envio do projeto à casa é na quarta-feira.
Os destaques positivos do pregão ficaram com Magazine Luiza ON (+2,79%) e Cyrela ON (+1,82%). No lado negativo, novamente bancos e estatais puxaram o índice para baixo, com destaque para Eletrobras ON (-2,42%) e Bradesco ON (-2,30%) e PN (-2,28%).
Fonte: Valor