Juros
Depois de uma manhã de poucas oscilações, os juros futuros deixaram a estabilidade para trás e pegaram carona na demanda por ativos de risco no exterior, nesta segunda-feira. O principal ponto de transmissão foi aqueda global do dólar, que beneficiou o real brasileiro.
Para alguns profissionais, o fator preponderante para o movimento em câmbio e juros nesta segunda foi o tom positivo do ambiente global. Servido de suporte para esse sinal positivo, os mercados brasileiros trabalharam, hoje, com a expectativa de que a proposta da reforma da Previdência para os militares será enviada ao Congresso nos próximos dias,abrindo caminho para a tramitação das regras gerais para a aposentadoria no Brasil - algo tão aguardado pelos investidores.
Esta quarta-feira também contará com a decisão de juros no Brasil- a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob a presidência de Roberto Campos Neto. A ansiedade com o anúncio acaba evitando um alívio maior.
DI1F20: 6,35% (- 2 bps)
DI1F21: 6,93% (- 3 bps)
DI1F23: 8,00% (- 5 bps)
DI1F25: 8,54% (- 5 bps)
DI1F27: 8,87% (- 4 bps)
Câmbio
Os ativos locais tiveram um dia bastante positivo diante do otimismo dos investidores com a reforma da Previdência e o dia tranquilo para emergentes no exterior, o que fez com que o dólar fechasse em queda. A moeda americana escorregou abaixo de R$ 3,80 pela primeira vez em quase duas semanas e o futuro encerrou o pregão com recuo de -0,54%, a R$ 3,7950.
Além do exterior mais tranquilo, o ambiente local influenciou a moeda hoje. Numa lista das 33 principais moedas globais, o real foi a quarta que mais ganhou terreno contra o dólar. A possibilidade de entregado texto que trata da reforma da Previdência para os militares deixou o mercado atento e influenciou o preço dos ativos.
Os investidores de câmbio aguardam também a decisão do Copom desta semana e, segundo analistas, a moeda pode passar por algum ajuste a depender da mensagem transmitida pelo BC.
Bolsa
Depois de um mês intercalando ganhos e realização de lucros,o Ibovespa tocou a simbólica e inédita marca dos 100 mil pontos pela primeira vez na história. Parte do movimento pode ser creditada ao otimismo dos investidores locais com a reforma da Previdência, mas o ambiente no exterior também influenciou. A alta de papéis ligados a commodities, como as gigantes Vale e Petrobras, também foi essencial para a performance do índice até aqui.
O Ibovespa tocou inéditos 100.038 pontos na máxima intradiária. No fim, reduziu o ganho e ficou a seis pontos de encerrar na nova faixa: terminou em alta de 0,86%, aos 99.994 pontos, novo recorde. O giro financeiro foi de R$ 11,5 bilhões.
Apesar de ter tocado a simbólica marca dos 100 mil pontos, o Ibovespa tem uma longa jornada para atingir o pico histórico em dólar. Em moeda americana, o recorde do Ibovespa foi batido em 19 de maio de 2008, quando estava em 44.616 pontos na moeda americana (73.438 pontos em moeda local). Hoje, convertido pelo dólar PTax, o Ibovespa está em 26.237 pontos, ou seja, precisaria subir 70% para atingir o pico observado há 11 anos.
As maiores altas do índice no dia foram CSN ON (+4,87%), JBS ON (+15,56%) e CVC Brasil ON (+4,74%). Já no lado negativo, Ultrapar ON (-1,64%), Raia Drogasil ON (-1,28%) e Ecorodovias Infraestrutura ON (-1,09%) tiveram as maiores quedas.
Fonte: Valor