Juros
O noticiário político agradou os investidores de juros futuros e os contratos encerraram o pregão regular da quinta-feira com forte queda nas taxas, contrapondo o movimento de alta visto ao longo da semana.
Os contratos operavam em baixa, com os investidores reagindo ao reajuste do preço do diesel pela Petrobras e a entrevista dada ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no foco. A baixa liquidez pela véspera do feriado e a maior aversão ao risco no exterior, no entanto, limitaram os ganhos do mercado local.
A Petrobras anunciou ontem reajuste do preço do diesel e aliviou a insegurança de um governo intervencionista que rondou os negócios desde a semana passada. Guedes fez declarações ontem em entrevista na TV sobre a tramitação da reforma que foram bem recebidas. Ele disse que o governo está preparado para ceder em alguns pontos na tramitação da reforma, com estratégia de negociação.
DI1F20: 6,45% (- 1 bps)
DI1F21: 7,03% (- 10 bps)
DI1F23: 8,22% (- 9 bps)
DI1F25: 8,76% (- 7 bps)
DI1F27: 9,07% (- 7 bps)
Câmbio
O dólar fechou a semana, mais curta por causa do feriado de Páscoa, acumulando alta de mais de 1,0%. Foi a maior valorização das últimas quatro semanas, em meio às dificuldades de tramitação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Profissionais de câmbio relatam que as mesas também monitoram as discussões sobre uma possível nova greve dos caminhoneiros e os eventos no cenário externo. Nesta quinta-feira, o contrato futuro da moeda americana (DOLK19) fechou em queda de -0,46%, a R$ 3,9205, em um movimento de realização de ganhos depois de subir +1,6% nos últimos dois dias.
“Todo o noticiário relacionado à Previdência está mexendo com o dólar, respondendo por 90% das oscilações”, ressalta o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante.
Bolsa
O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira e isso salvou a semana do mercado, que estava quase no zero a zero depois da queda de ontem, motivada pelo adiamento da votação da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. No fechamento da semana, a Bolsa subiu +1,83%.
Hoje, o mercado deixou de lado quaisquer preocupações de entrar no feriado comprado e repercutiu com entusiasmo a notícia de que o governo está disposto a ceder ministérios a partidos que fechem questão pela Reforma da Previdência.
Nesta quinta, o principal índice da B3 teve alta de +1,39% a 95.578 pontos, com volume negociado de R$ 15,1 bilhões.
Destacaram-se hoje os papeis da Petrobras (a ON subiu +2,55% e a PN subiu +3,55%), Banco do Brasil ON (+3,60%) e Eletrobras ON (+3,69%), que foram beneficiados pela dinâmica positiva para as estatais, movimento característico de dias com notícias positivas sobre a Reforma da Previdência (no caso da Petrobras, ainda favorecida pelo anúncio do reajuste no preço do diesel).
Na ponta oposta, as ações de Cielo ON caíram -6,74% após o anúncio da Rede de que irá zerar a taxa de antecipação para as compras à vista no cartão de crédito através das suas máquinas para negócios que tenha também conta PJ no Itaú (controlador da Rede). No final do dia, o Cade anunciou que irá investigar as denúncias de que tal estratégia caracterize uma espécie de compra casada por parte do Itaú/Rede.
Fontes: Valor, Infomoney e IstoÉ Dinheiro