Juros
Os contratos futuros de juros encerraram o pregão regular desta terça-feira (18), às 16h, estáveis nos vértices mais curtos e com queda nos vértices mais longos, sob influência das declarações feitas hoje pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, mas se distanciaram das mínimas do dia.
Draghi indicou que a política monetária da zona do euro segue um caminho de afrouxamento adicional diante dos fracos sinais de inflação e atividade da região. Ele reiterou que entre as possibilidades estão novos cortes de juros – com a taxa de depósito já negativa, a -0,40%, e a taxa refi a zero – e retomada das compras de bônus pela instituição, interrompidas em dezembro passado.
Junto com a decisão do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), que será tomada nesta quarta (19), os investidores aguardam com ansiedade os sinais que poderão ser dados pelo Copom. E, por mais que o mercado aposte no corte de juros em algum momento de 2019, não está claro quais serão os direcionamentos do BC.
DI1F20: 6,07% (0 bps)
DI1F21: 6,01% (0 bps)
DI1F23: 6,96% (0 bps)
DI1F25: 7,52% (0 bps)
DI1F27: 7,89% (- 2 bps)
Câmbio
O dólar fechou com queda de 1,05% ante o real nesta terça-feira, operando nesse patamar durante boa parte do pregão, na véspera da decisão do Federal Reserve e do Copom, e com a ausência de notícias negativas, tanto no front interno quanto externo.
De maneira geral, as negociações de câmbio refletiram ao longo do pregão um bom humor de agentes, sem notícias prejudiciais no âmbito local ou interno, abrindo margem para uma valorização do real frente ao dólar.
Investidores concentravam atenções na reunião do Fed na quarta-feira. A expectativa é que o banco central norte-americano sinalize sobre a proximidade de um corte de juros. Também na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central comunica sua decisão.
O anúncio do Banco Central de realização de leilões de linha para rolagem nesta sessão e na próxima também atraiu atenção de agentes financeiros neste pregão, que viram com bons olhos a atuação antecipada da autoridade monetária, e ajudou o real a se valorizar frente à divisa norte-americana. Nesta terça-feira, o BC fez a rolagem do lote integral de 2 bilhões de dólares ofertado em dois leilões de linha de moeda estrangeira com compromisso de recompra. Na quarta-feira, realizará outros dois leilões com a mesma finalidade, ofertando um total de 2 bilhões de dólares novamente.
No exterior, o dólar operou em queda frente a algumas moedas emergentes ao longo do pregão, em função de um otimismo cauteloso antes da decisão do Fed.
Também ajudou na confiança a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que as negociações comerciais com a China serão retomadas antes da cúpula do G20 neste mês, quando ele deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.
Bolsa
O índice da bolsa paulista retomou o patamar dos 99 mil pontos pela primeira vez desde março, diante da expectativa de mais estímulos monetários no exterior e sem conturbações no cenário político local. O Ibovespa subiu 1,82%, a 99.404,39 pontos. O volume financeiro da sessão somou 15,4 bilhões de reais.
Declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE) na direção de mais estímulos animaram as bolsas na Europa desde cedo, contaminando também Wall Street, que aguarda decisão do Federal Reserve na quarta-feira. De modo geral, investidores esperam que o banco central norte-americano não mude a taxa básica de juros, mas defina as condições para um eventual corte mais tarde neste ano.
Também agradou a perspectiva de retomada das conversas sobre a disputa comercial, com previsão de encontro do presidente norte-americano, Donald Trump, e do presidente chinês, Xi Jinping, neste mês.
No Brasil, a comissão especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência iniciou a discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema, uma das etapas a serem cumpridas antes da votação da matéria no colegiado.
Vale (VALE3) subiu 3,59% com a alta dos preços do minério de ferro no exterior compensando efeito negativo decisão da mineradora na segunda-feira de suspender as atividades de processamento de níquel da usina Onça Puma, no Pará, após decisão judicial.
Itaú Unibanco PN (ITUB4) e Bradesco PN (BBDC4) tiveram altas de 2,59% e 0,86%, respectivamente, recuperando-se de perdas na semana passada, assim como Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11), que subiram 2,34%% e 2,55%, respectivamente.
B3 saltou 7,35%, praticamente anulando as perdas das duas últimas sessões, diante da chance de ficar de fora de eventual aumento na tributação do setor financeiro. O relator da reforma da Previdência estuda rever o trecho da proposta, no qual prevê aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, de modo a poupar a B3, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Braskem (BRKM5) subiu 4,71%, após a Odebrecht, controladora da companhia, formalizar na véspera um pedido de recuperação judicial, com dívidas de 65,5 bilhões de reais, um dos maiores processos do tipo na história no país. O pedido, contudo, não inclui algumas empresas do conglomerado, entre elas a petroquímica. Até a véspera, as ações acumulavam em junho queda de 20,6%.
Petrobras PN (PETR4) e Petrobras ON (PETR3) avançaram 1,25% e 1,53%, respectivamente, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no mercado externo.
CSN (CSNA3) valorizou-se 3,18%, também beneficiada pelo avanço dos preços do minério de ferro, com outras companhias do setor de siderurgia e mineração também no azul. Usiminas (USIM5) subiu 2,09% e Gerdau (GGBR4) avançou 3,73%.
GOL PN (GOLL4) valorizou-se 3,06%, após o presidente Jair Bolsonaro vetar a franquia gratuita de bagagem. Também no radar está a liberação do leilão de slots da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. No setor, AZUL (AZUL4) subiu 1,05%, mesmo após corte na recomendação por analistas do UBS, de neutra para venda, embora tenham elevado marginalmente o preço-alvo para 40 reais.
JBS ON (JBSS3) caiu 1,39%, na esteira da queda do dólar. Marfrig ON (MRFG3) recuou 1,64% e BRF (BRFS3) perdeu 1,74% em dia ruim para empresas de proteínas.
Embraer (EMBR3) cedeu 0,21%, em sessão com queda do dólar, mesmo após anunciar contratos durante a Paris Air Show, incluindo pedido firme para dois novos jatos E195-E2 com a companhia aérea Binter, da Espanha.
Fontes: Valor e Reuters