Fechamento de Mercado (19/06/2019)

Gestoras

Juros

Os sinais dados nesta quarta-feira (19) pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) fez com que o mercado de renda fixa revertesse o movimento de alta das taxas, registrado ao longo do dia, e fechasse o pregão regular em queda. O movimento foi ainda mais intenso nos vértices de longo prazo.

Atendendo às expectativas do mercado, o Fed manteve os juros inalterados na faixa de 2,25% a 2,50%. A instituição, no entanto, tornou plausível eventual corte nos fed funds, caso as informações futuras apoiem este movimento.

As apostas dos investidores na ponta curta da curva serão ajustadas apenas após a decisão do Copom para a Selic, que será anunciada ainda nesta quarta. Em pesquisa feita pelo Valor com 63 economistas, todos apostam na manutenção do juro básico em 6,50% na reunião de hoje. O mercado avança, por outro lado, na aposta de corte em algum momento de 2019 – 38 profissionais já têm isso como cenário base. Por isso o comunicado será lido com muita atenção pelos investidores, que vão buscar pistas da autoridade monetária.

Parte do mercado acredita que o Banco Central dará os primeiros sinais de que o corte de juros é considerado. Isso pode acontecer nos ajustes dos comentários sobre a atividade econômica, na atualização das projeções de inflação e, principalmente, na reavaliação do balanço de riscos.

DI1F20: 6,08% (+1 bps)

DI1F21: 6,00% (-1 bps)

DI1F23: 6,87% (-9 bps)

DI1F25: 7,40% (-12 bps)

DI1F27: 7,76% (-13 bps)

Câmbio

O dólar fechou no menor patamar ante o real em mais de dois meses nesta quarta-feira, influenciado pelo tom “dovish” do banco central dos Estados Unidos, enquanto no Brasil analistas refrearam expectativas adicionais de cortes da Selic poucas horas antes da decisão do Copom.

O dólar à vista caiu 0,25%, a 3,8501 reais na venda.

É o menor nível para um encerramento desde 10 de abril de 2019 (3,824 reais).

Na B3, a taxa de câmbio do contrato de dólar futuro mais líquido cedia 0,23%, a 3,8545 reais.

Bolsa

O impulso que faltava para o Ibovespa romper no fechamento a simbólica marca dos 100 mil pontos finalmente veio. Com o Fed deixando, em comunicado divulgado hoje, a porta aberta para cortes de juros nos Estados Unidos, o índice da bolsa brasileira acompanhou o movimento de outros ativos e ultrapassou a faixa, que só havia sido tocada em março.

Ibovespa encerrou em alta de 0,90%, aos 100.303 pontos, novo recorde de fechamento. Na máxima intradiária, o índice tocou os 100.327 pontos hoje. O giro financeiro das ações do índice somou R$ 12 bilhões.

O último recorde de fechamento havia sido registrado em 18 de março, quando o Ibovespa ficou em 99.994 pontos. Na máxima histórica intradiária, a última marca foi batida em 19 de março, quando foi a 100.439 pontos. No acumulado de junho, o Ibovespa sobe 3,37%. No ano, a alta é de 14,13%.

Entre as ações mais líquidas do índice, os bancos tiveram desempenho mais expressivo, caso de Bradesco (2,33% a ON e 1,24% a PN) e Itaú Unibanco (1,58%), mas Petrobras (0,75% a ON e 0,26% a PN) e Vale (0,58%) também encerraram no azul.

Hoje, o Fed decidiu manter inalterada a taxa de juros dos Estados Unidos, mas retirou do comunicado o indicativo de que haveria “paciência” para as decisões de política monetária daqui em diante. Além disso, sete entre os 17 integrantes da autoridade consideram que os juros cairão 0,5 ponto percentual até o fim deste ano.

Com a reforma da Previdência ainda como principal aposta, fica montado o cenário favorável que o mercado esperava: de um lado, a Selic baixa e a leitura de que assim ela vai permanecer força o investidor local a migrar para a renda variável, em busca de maior rentabilidade; de outro lado, juros mais baixos em economias desenvolvidas estimulam a entrada de investidores estrangeiros em mercados emergentes, considerados arriscados, porém mais rentáveis.

Fontes: Valor e Reuters

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