Juros
Depois de oscilarem perto da estabilidade por toda manhã desta quarta-feira, os contratos de juros futuros foram fortemente influenciados pelos anúncios feitos hoje pelo Fed e fecharam em baixa.
Luis Laudisio, trader de renda-fixa da Renascença, explica que com uma sinalização do Fed para um maior afrouxamento monetário,surpreendendo até os mais otimistas, o cenário para emergentes fica muito mais positivo e gera forte alteração no balanço de riscos.
Hoje, após o fechamento dos mercados, será anunciada a decisão de juros do Copom. É unânime entre especialistas a aposta na manutenção do juro básico em 6,5% ao ano, na primeira reunião sob a liderança do novo presidente do BC Roberto Campos Neto. E a decisão ganha ainda mais peso por acontecer num momento em que o mercado especula possibilidade de corte da Selic diante da fraca recuperação da atividade econômica.
DI1F20: 6,35% (- 2 bps)
DI1F21: 6,90% (- 1 bps)
DI1F23: 7,91% (- 6 bps)
DI1F25: 8,45% (- 7 bps)
DI1F27: 8,79% (- 7 bps)
Câmbio
A sinalização de que os juros americanos não devem subir tão cedo pode representar uma janela de oportunidade para os mercados emergentes.
Tamanha é a importância da nova dinâmica que alguns analistas começam a defini-la como um novo “interregno benigno”, expressão bastante usada há alguns anos para descrever um ambiente externo marcado por juros baixos e economias globais em recuperação.
Hoje, o dólar recuou de forma generalizada contra as principais moedas do mundo, após o Federal Reserve sinalizar que o aperto monetário foi deixado para 2020. Numa lista de 33 divisas globais, as emergentes foram as mais beneficiadas pelo movimento global do mercado de moedas. Por aqui, o dólar futuro (DOLJ19) caiu -0,37%, aos R$ 3,7765.
Bolsa
Em um dia marcado por instabilidade, o Ibovespa chegou atentar uma alta impulsionado pelo exterior, após a decisão do Fed, mas acabou cedendo à tendência por uma acomodação depois de romper o simbólico nível dos 100 mil pontos. O índice encerrou em queda de 1,55%, aos 98.041 pontos. O giro financeiro das ações do Ibovespa foi de R$ 13 bilhões.
Na opinião de gestores, analistas e operadores, o investidor ainda digere o andamento da reforma da Previdência e aguarda, com certa cautela, a primeira decisão de política monetária do Banco Central (BC) sob o comando de Roberto Campos Neto.
No entanto, na frente local, não há motivos para uma reversão de expectativas: a entrega hoje do governo da proposta de reforma da Previdência para os militares agradou o investidor, apesar da proposta trazer uma economia muito abaixo do esperado, por dar andamento aos esforços do governo em torno das mudanças na regras de aposentadoria do país. A sinalização, até agora, continua favorável para as apostas em ativos locais.
Analistas ressaltam que o movimento de correção dos últimos 2 pregões se deu por fatores técnicos e já era esperado, porque o índice precisará de mais catalisadores para se sustentar em níveis mais altos após atingir os 100 mil pontos.
Em um dia esvaziado de destaques positivos, Raia Drogasil ON (-3,94%), Cielo ON (-3,60%) e MRV ON (-3,17%) foram os papeis que tiveram a maior variação negativa no pregão de hoje.
Fontes: Valor e Infomoney