Juros
O discurso mais conciliador do presidente Jair Bolsonaro no início da tarde desta segunda-feira deu força ao movimento de recuperação dos contratos futuros de juros, que fecharam com queda nas taxas.
Bolsonaro afirmou, em evento no Rio de Janeiro, que “não há brigas entre os Poderes” e que está aberto a conversar com parlamentares. “Se a Câmara e o Senado têm um projeto melhor que o nosso [para a Previdência], que coloquem em votação. Não há brigas entre Poderes. Tudo o que eu quero é conversar”, disse.
Embora o mercado passe por alguma recuperação, o movimento não é suficiente para anular a alta das taxas dos últimos dias. “A ponta longa começa a querer mais prêmio, uma vez que já caiu bastante. Para cair mais precisamos ter mais certezas com relação às reformas e, infelizmente, as boas notícias não estão chegando”, comentou Paulo Nepomuceno, da corretora Coinvalores.
DI1F20: 6,43% (- 3 bps)
DI1F21: 6,95% (- 4 bps)
DI1F23: 8,16% (- 7 bps)
DI1F25: 8,77% (- 8 bps)
DI1F27: 9,11% (- 9 bps)
Câmbio
O câmbio brasileiro não registrou o mesmo alívio observado em outros mercados no primeiro pregão desta semana. Apesar das fortes perdas registradas na semana anterior, a moeda americana oscilou em torno da estabilidade durante a maior parte da sessão e o contrato futuro (DOLM19) encerrou em leve alta de +0,07%, aos R$ 4,1095.
O movimento fez o real destoar também do comportamento de outras emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo e a lira turca. Houve pouca reação também ao início da rolagem das operações de linha do Banco Central, que venceriam no início do mês que vem.
Nesta segunda, o BC fez a venda integral de US$ 1,25 bilhão ofertados em dois leilões de linha, que vendem dólares no mercado à vista com compromisso de recompra. A autoridade monetária deve repetir a operação nos próximo dois dias, oferecendo um total que pode chegar a US$ 3,750 bilhões.
Bolsa
Após uma sequência de quedas na semana anterior, o Ibovespa ganhou fôlego e operou em alta nesta segunda-feira, encerrando com alta de +2,17%, aos 91.946 pontos, a máxima do dia. O giro financeiro foi de R$ 11,4 bilhões. O impulso para o índice veio após o presidente Jair Bolsonaro vir a público dar sinais de apoio à reforma da Previdência.
Para os analistas, após uma série de desavenças entre Executivo e Legislativo e o receio de que a proposta tardaria a ser aprovada, há algum ânimo e o sentimento de que as notícias ruins pararam de surgir. Porém, a cautela ainda está presente.
Na tarde de hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, teve uma reunião com o relator da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), que ao sair do encontro afirmou que não há desentendimento em os grupos envolvidos na discussão do tema. "Estamos cada vez mais unidos."
Entre os destaques do índice estão Braskem PNA (+10,11%); Multiplan ON (+6,40%) e Marfrig ON (+6,37%). Com a perspectiva de que as notícias ruins pararam de surgir e a agenda econômica pode ser destravada, ações ligadas ao ciclo doméstico se favorecem, apontam analistas.
Os principais destaques negativos do Ibovespa nesta segunda-feira foram Suzano ON (-1,89%) e Vale ON (-1,87%). A fabricante de papel e celulose é influenciada pelo cenário mais difícil para a celulose no curto prazo, enquanto a Vale sofre por conta do risco do rompimento de mais uma barragem da empresa em Minas Gerais.
Fontes: Valor e Infomoney