Juros
A sinalização do Centrão de que quer votar medidas provisórias (MPs) que estão perto de caducar agradou aos investidores e gerou uma reação positiva no mercado brasileiro de renda fixa.
“Parece que o governo começa a se articular um pouco melhor para as votações relevantes”, avaliou um operador que preferiu não ser identificado. Os líderes do Centrão decidiram, em almoço com o presidente Rodrigo Maia, votar nesta terça a MP das empresas aéreas, que acaba com o limite do capital estrangeiro nas companhias nacionais, e votar na quarta a reforma administrativa do governo de Jair Bolsonaro.
Embora Jair Bolsonaro esteja reduzindo seu protagonismo em meio à reforma, o Congresso já está ciente da necessidade das mudanças e, para o mercado, não interessa quem vai liderar o assunto, contanto que as mudanças sejam aprovadas e que a economia em dez anos para os cofres públicos seja robusta.
DI1F20: 6,41% (- 2 bps)
DI1F21: 6,86% (- 9 bps)
DI1F23: 8,03% (- 13 bps)
DI1F25: 8,59% (- 18 bps)
DI1F27: 8,92% (- 19 bps)
Câmbio
Sinais de que a disputa entre Executivo e Congresso parece caminhar para um apaziguamento ajudaram a tirar pressão sobre o câmbio, que vinha operando nos últimos dias em patamares próximos a R$ 4,10. Em linha com os demais ativos brasileiros, o dólar teve queda forte contra o real e fechou em baixa de -1,41%, aos R$ 4,0435.
Participantes de mercado saudaram a decisão do Centrão de que pretende dar andamento às Medidas Provisórias (MPs) que estão paradas no Congresso à espera de análise. Do outro lado, agradou o tom mais conciliador do presidente Jair Bolsonaro em suas últimas declarações.
O movimento fez o real a moeda com maior valorização ante o dólar neste pregão. O peso argentino, que veio logo atrás, apreciou +0,82%. Já o comportamento das demais divisas emergentes e ligadas à commodities foi misto: a lira turca cedeu -0,65% e o dólar neozelandês, -0,46%.
Bolsa
A indicação do Centrão de que irá votar as medidas provisórias (MPs) que estão perto de caducar e o alinhamento entre Executivo e Legislativo agradaram o mercado nesta terça-feira. O Ibovespa fechou em alta de +2,76%, aos 94.485 pontos.
Após encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o Centrão decidiu votar ainda hoje a MP do setor aéreo, que permite que 100% do capital das companhias brasileiras fiquem nas mãos de estrangeiros. Amanhã será votada a reforma administrativa.
Toda essa movimentação afetou os papéis preferenciais da Gol, que liderou os ganhos do índice e fechou em alta de +6,95% a R$ 22,30. Também foram destaque positivo CSN ON (+7,99%); Braskem PNA (+6,81%); CVC Brasil (+6,34%) e Banco do Brasil (+5,71%).
Entre as baixas do Ibovespa estão JBS ON (-6,54%); BRF ON (-5,37%) e Marfrig ON (-1,95%). As quedas podem ser explicadas por conta do aumento das exportações de carne suína da União Europeia para a China, que sofre com um surto de peste há algumas semanas.
Fontes: Valor e Infomoney