Juros
Na esteira dos importantes sinais dados por bancos centrais ao redor do mundo nesta semana, os contratos futuros de juros chegam nesta sexta-feira acumulando queda nas taxas. E o que motiva isso é o posicionamento mais “dovish” – favorável a estímulos monetários – das autoridades.
Uma das sinalizações mais importantes da semana foi dada pelo Federal Reserve (Fed), indicando que o corte dos juros está sendo considerado nos Estados Unidos. Mas, nesta sexta-feira, o que mais faz preço é o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) aqui no Brasil, com sinais de que a flexibilização está sendo considerada também no ambiente local.
DI1F20: 5,99% (-9 bps)
DI1F21: 5,85% (-15 bps)
DI1F23: 6,67% (-20 bps)
DI1F25: 7,22% (-18 bps)
DI1F27: 7,60% (-16 bps)
Câmbio
O dólar caiu nesta sexta-feira à mínima em três meses contra o real, para a faixa de 3,82 reais, em dia de fraqueza global para a moeda norte-americana, com o mercado ainda sob efeito da expectativa de melhora na liquidez mundial conforme os Estados Unidos caminham para cortar juros.
O dólar à vista fechou em queda de 0,68%, a 3,8239 reais na venda. É o menor patamar para um encerramento desde 21 de março passado (3,8001 reais). No acumulado da semana, a cotação recuou 1,93%. É a quarta queda semanal do dólar nas últimas cinco semanas. Na B3, o dólar futuro de maior negociação cedia 0,40% nesta sexta-feira, a 3,8260 reais.
Mesmo numa sessão espremida entre o feriado de Corpus Christi e o fim de semana, o volume de negócios no mercado futuro se manteve em torno da média, com cerca de 300 mil contratos de dólar futuro sendo negociados para o primeiro vencimento.
Bolsa
O principal índice acionário brasileiro renovou sua máxima histórica nesta sexta-feira, refletindo generalizada expectativa de cortes de juros no Brasil e no exterior nos próximos meses. O Ibovespa subiu 1,7%, aos 102.012,64 pontos. Na semana, acumulou ganho de 4,05%. O giro financeiro, mesmo na sessão espremida entre um feriado e o final de semana, somou 18,7 bilhões de reais.
O movimento na bolsa brasileira refletiu sobretudo um realinhamento de preços após, na véspera, o índice S&P 500, da Bolsa de Nova York, ter tido nova máxima recorde, com impulso das expectativas de que o Federal Reserve reduzirá taxas de juros dos EUA, para compensar possíveis efeitos negativos da guerra comercial com a China. Na quarta-feira, os comitês de política monetária dos Estados Unidos (Fomc) e do Brasil (Copom) mantiveram as taxas básicas de juros em suas jurisdições, mas os comunicados que se seguiram foram percebidos pelo mercado como abertura de caminho para cortes de taxas mais adiante, o que animou investidores.
No começo da semana, investidores já vinham mais otimistas com as chances de autoridades monetárias da Europa e do Japão também iniciarem um ciclo de flexibilização monetária.
B3 (B3SA3) avançou 6,31%, liderando os ganhos do índice, diante da chance de o relator da reforma da Previdência rever trecho da proposta que prevê aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, de modo a poupar a B3.
JBS (JBSS3) subiu 3,86%. Na quarta-feira à noite, a maior produtora de carnes do mundo anunciou ter concluído o pagamento de 2,7 bilhões de reais como parte de dívidas com bancos, explicando que isso refletia a estratégia de reduzir dívidas e estender o prazo médio de pagamento. Além disso, o Barclays elevou a recomendação da ação para comprar.
Embraer (EMBR3) avançou 2,90%. A fabricante de aviões anunciou na véspera que a holandesa KLM assinou carta para comprar 15 jatos E-195 E2, com opção para adquirir outras 20 aeronaves do tipo, numa operação de até 2,5 bilhões de dólares.
Smiles (SMLE3) recuou 3,15%. A administradora de programas de fidelidade afirmou ter sido notificada que sua controladora, a empresa aérea Gol (GOLL4), pretende reajustar preços das passagens padrão e milhas. A ação da Gol perdeu 1,89%.
Petrobras PN (PETR4) subiu 2,76%, alinhando-se à alta de seus recibos de ações em Nova York na véspera e à valorização dos preços internacionais do petróleo, diante da forte tensão entre Estados Unidos e Irã.
Fontes: Valor e Reuters