Fechamento de Mercado (22/03/2019)

Gestoras

Juros

Os contratos futuros de juros fecharam a semana acumulando alta nas taxas, sobretudo os DIs de vencimento mais longo, sob a influência do panorama político mais conturbado no Brasil e o ambiente negativo para emergentes no exterior.

A percepção do risco Brasil também piorou de acordo com a inclinação da curva de juros, medida pela diferença entre dois vencimentos diferentes. Este é um bom termômetro do prêmio exigido pelo investidor para apostas de prazos mais longo.

Nesta sexta, o exterior levou para cima os contratos futuros, diante da forte aversão ao risco. As leituras preliminares de março sobre o PMI industrial da zona do euro, e nas duas economias centrais, Alemanha e França, reforçam os temores quanto à perda de vigor econômico no bloco no primeiro trimestre e contribuem para o dia negativo.

A sequência de notícias negativas no cenário político local, ao longo da semana, também influenciou o humor dos investidores. Primeiro, a proposta de reforma da Previdência dos militares, interpretada como suave demais, e depois a prisão do ex-presidente Michel Temer, impactaram fortemente o mercado.

 

DI1F20: 6,50% (+ 15 bps)

DI1F21: 7,14% (+ 27 bps)

DI1F23: 8,30% (+ 33 bps)

DI1F25: 8,86% (+ 34 bps)

DI1F27: 9,20% (+ 34 bps)

 

Câmbio

A semana termina para o mercado de câmbio em tom de nervosismo ainda mais elevado.

As preocupações com o ritmo de crescimento da economia global foram agravadas hoje por indicadores da Europa e dos Estados Unidos, gerando um movimento de aversão ao risco que bateu em cheio por aqui em um momento de apreensão dos investidores com a articulação política em torno da reforma da Previdência.

O dólar futuro (DOLJ19) disparou contra o real e fechou em alta de +3,02%, na marca de R$ 3,9080, renovando as máximas do ano. Foi o maior salto da cotação desde junho do ano passado.

A nova onda de instabilidade política no Brasil e o risco de desaceleração da economia global elevaram a percepção de risco no mercado de câmbio. Por outro lado, as incertezas não provocaram uma situação de pânico,com grande corrida para instrumentos de “hedge” no mercado de derivativos.

 

Bolsa

Sete mil pontos. Esse foi o preço cobrado pela aversão ao risco no exterior e do ambiente político doméstico sobre o Ibovespa. Numa semana em que superou a marca dos 100 mil pontos, o índice termina com baixa acumulada de 5,45% e de volta ao menor nível desde o começo de janeiro.

O Ibovespa terminou a sessão com queda de 3,10%, aos 93.735 pontos, menor nível desde 11 de janeiro deste ano, quando ficou em 93.658 pontos. Da máxima em 100.439 pontos na terça-feira até a mínima em 93.380 pontos atingida hoje, a queda foi de 7%.

O índice entrou em um território de correção técnica importante ao encostar nos 93.500 pontos. Assombrados pelas dúvidas sobre o crescimento mundial, os mercados no exterior passaram por uma forte queda generalizada, que atingiu ativos brasileiros negociados lá fora, além de moedas e bolsas emergentes.

Praticamente todas ações integrantes do Ibovespa ficaram no vermelho hoje. A Suzano ON subiu +1,19%, enquanto a Kroton ON avançou +0,37% — foram as duas únicas altas do dia. Os bancos, a Petrobras (-4,77% a ON e -5,46% a PN) e a Vale ON (-1,65%) foram os destaques negativos entre as “blue chips”.

Além desses papéis, varejistas e outras estatais sofreram forte retração. Na liderança das perdas do Ibovespa ficou a B2W PN (-9,09%), seguida por Lojas Americanas PN (-8,10%); a Natura ON caiu -7,78% na sessão.

Fonte: Valor

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