Juros
O mercado de renda fixa mantém a trajetória de baixa pelo terceiro dia seguido com os investidores voltados totalmente para o noticiário político. O peso do ambiente local é tamanho que o mercado deu pouca atenção para a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos), divulgada na tarde desta quarta-feira.
Com uma mensagem em linha com a expectativa dos investidores, vários integrantes do Fed disseram esperar que a fraqueza recente da inflação se mostre temporária e, por isso, não veem motivo para uma movimentação nos juros, enquanto alguns deles indicaram estarem preocupados como que pode acontecer se a pressão inflacionária continuar contrariando
Com o Fed de lado, os sinais de avanço da pauta econômica no Congresso agradaram os investidores e afirmações dadas hoje pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também foram vistas de maneira positiva.
DI1F20: 6,40% (- 1 bps)
DI1F21: 6,86% (- 0 bps)
DI1F23: 8,03% (- 0 bps)
DI1F25: 8,61% (+ 2 bps)
DI1F27: 8,95% (+ 3 bps)
Câmbio
A forte descompressão registrada ontem pelo dólar mostrou ter fôlego curto. Após depreciar ante o real na sessão da véspera, beneficiada por uma perspectiva de melhora na relação entre Executivo e Congresso, a moeda americana encerrou o dia apenas com leve baixa de -0,13%, aos R$ 4,0440.
O comportamento está em linha com o da bolsa brasileira e sofreu certa influência do exterior, onde a aversão ao risco voltou a a crescer após relatos de que a Casa Branca estuda impor restrições adicionais a empresas chinesas. No final da tarde, a moeda americana avançava sobre a maioria das divisas emergentes e ligadas a commodities, como o dólar neozelandês, o peso colombiano e a lira turca.
Bolsa
O Ibovespa teve um dia de poucas oscilações e encerrou o pregão com queda de -0,13%, aos 94.361 pontos, após dois dias de forte alta. O giro financeiro foi de R$ 11,1 bilhões, pouco abaixo da média vista no ano até agora. A percepção dos analistas é de que, de olho no noticiário político, os investidores estão num clima de expectativa para saber se a agenda econômica continuará evoluindo, conforme vem sendo sinalizado pelo Congresso.
Além de encaminhar o texto da medida provisória (MP) que abre o setor aéreo ao capital estrangeiro para o Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados também aprovou nesta quarta-feira a admissibilidade da proposta de reforma tributária. Agora, os parlamentares analisarão se o texto fere ou não a Constituição e também decidiram referendar, em votação simbólica, o parecer que recomenda a aprovação do texto.
A votação da MP do setor aéreo impactou os papéis da Gol PN, que encerrou o pregão com alta de +5,52%. Entretanto, o grande destaque positivo do dia foi a Natura ON, que viu suas ações disparando após o anúncio de que a empresa comprou o controle da Avon. As ações da companhia fecharam com uma alta de +9,40% a R$ 61,48, sua máxima histórica.
Na ponta negativa do índice ficaram B2W Digital ON (-3,32%); Marfrig ON (-2,98%) e Ecorodovias ON (-2,05%).
Fontes: Valor e Infomoney