Fechamento de Mercado (24/06/2019)

Gestoras

Juros

O mercado de juros futuros passa por uma “ressaca” nesta segunda-feira (24), após acumular queda nas taxas na semana passada, na esteira de importantes decisões de política monetária tanto no Brasil quanto no exterior.

Segundo Julio Fernandes, gestor do fundo macro da XP, o mercado vai acompanhar de perto as falas das lideranças na Câmara dos Deputados. O parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a reforma deverá receber ajustes e, se houver tempo hábil, ser votado ainda esta semana. Moreira deverá se reunir com governadores nesta terça (25) para discutir a inclusão de Estados e municípios em seu texto. Na quarta (26), ele deverá apresentar o seu voto complementar, ajustando seu parecer original após negociações adicionais. Existe esforço para que a matéria seja votada na comissão especial ainda esta semana. O passo seguinte seria mandar a reforma a plenário.

A agenda macroeconômica também deve fazer preço ao longo da semana, com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), IPCA-15 e relatório trimestral de inflação (RTI), informações que poderão dar mais pistas aos investidores sobre os próximos passos do Banco Central na política monetária.

DI1F20: 5,96% (-3 bps)

DI1F21: 5,86% (+1 bps)

DI1F23: 6,70% (-3 bps)

DI1F25: 7,23% (+1 bps)

DI1F27: 7,60% (0 bps)

Câmbio

O dólar teve ligeira alta frente ao real nesta segunda-feira, oscilando ao longo do dia entre leves ganhos e perdas, com o mercado doméstico não conseguindo captar o dia de fraqueza da moeda norte-americana no exterior.

O dólar à vista teve variação positiva de 0,07%, a 3,8265 reais na venda. Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento registrava oscilação positiva de 0,04%. A desvalorização do dólar na semana passada a mínimas em três meses e a análise do mercado do noticiário do fim de semana sobre a articulação política pela reforma da Previdência justificaram a postura menos otimista nesta sessão.

No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro questionou se algumas iniciativas do Congresso o deixariam em uma posição figurativa, sem condições de fazer as nomeações. Nesta segunda-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Parlamento não tem a intenção de reduzir as atribuições do presidente da República.

Também nesta segunda, o presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que parlamentares aliados ao governo não devem "forçar a barra" ao buscar alterar o parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP).

Meses atrás, ruídos entre Executivo e Legislativo levaram investidores a duvidar que uma reforma da Previdência com potência fiscal mínima pudesse ser aprovada. Ainda que o clima entre os dois Poderes tenha melhorado desde então, o mercado segue atento a sinais de contenda entre ambos.

Bolsa

A bolsa paulista fechou com leve alta nesta segunda-feira (+0,05%, a 102.062,33 pontos), com o Ibovespa renovando máxima intradia pela manhã e fechando em nível recorde, em dia de poucas notícias influenciando a tendência do mercado, que segue na expectativa pela votação do texto da reforma da Previdência no Congresso. O volume financeiro na sessão somou 12,49 bilhões de reais.

Após superar os 100.500 pontos, a equipe de análise técnica do Itaú BBA avalia que o Ibovespa abriu espaço para subir e o próximo objetivo está em 105.000 pontos.

No cenário nacional, o mercado aguarda para esta semana a votação do texto da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, mas a ata da última reunião do Copom também deve ocupar as atenções na terça-feira.

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou nesta segunda-feira que o governo vai trabalhar para garantir a votação da reforma na comissão esta semana e no plenário, na próxima. Joice disse ainda que não vai cravar o número de votos que o governo terá para votar a reforma, mas avaliou que, com as mudanças no parecer, deverá ter pelo menos de 10% a 15% do que se esperava.

A proposta de emenda à comissão da reforma, para ser aprovada em plenário, tem de ter pelo menos 308 dos 513 votos em dois turnos de votação.

As bolsas internacionais também apresentaram movimentações tímidas, no aguardo dos próximos desdobramentos da disputa comercial entre Estados Unidos e China, com o encontro do presidente norte-americano, Donald Trump, e do líder chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 no final de semana. Além das tensões entre EUA e Irã que devem afetar os preços do petróleo ao longo da semana. O Dow Jones fechou em ligeira alta de 0,04 por cento e o S&P 500 teve baixa de 0,17 por cento.

Itaú Unibanco PN (ITUB4) teve baixa de 0,2%. Banco do Brasil (BBAS3) fechou em alta de 0,25%. Santander (SANB11) avançou 0,42% e Bradesco PN (BBDC4) subiu 0,8%.

Braskem (BRKM5) subiu 1,9%, segunda maior alta do dia, em meio a expectativas relacionadas ao pedido de recuperação judicial pela controladora Odebrecht que não incluiu a petroquímica.

IRB Brasil (IRBR3) avançou 1,6% e BB Seguridade desvalorizou-se 0,3%, tendo de pano de fundo relatório da XP Investimentos começando a cobertura do setor com viés positivo e recomendação de compra para ambos os papéis.

Suzano (SUZB3) liderou as altas do dia, mantendo a tendência de alta da última sessão e fechando em alta de 2,25 por cento.

Vale (VALE3) cedeu 0,08%, diante da fraqueza dos preços do minério de ferro na sessão.

Cielo recuou 1,5%, após quatro pregões de alta, período em que acumulou valorização de mais de 10%.

Fontes: Valor e Reuters

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