Juros
Após abrir em forte alta, os contratos de juros futuros encerram o pregão desta segunda-feira em queda e devolveram parte do movimento de avanço nas taxas, visto na semana passada. A melhora reflete o movimento de ajuste dos ativos locais e a trajetória dos emergentes no exterior.
Embora o dia tenha sido marcado pelo alívio, os investidores continuam acompanhando de perto os embates entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, enquanto tentam estimar a probabilidade de aprovação da reforma da Previdência.
Segundo o economista-chefe da Rio Bravo, Evandro Buccini, o mercado já coloca nos preços o cenário de uma tramitação da reforma da Previdência mais longa e com economia final menor. Segundo ele, por enquanto ninguém considera como cenário básico a não aprovação da reforma.
DI1F20: 6,45% (- 5 bps)
DI1F21: 7,03% (- 10 bps)
DI1F23: 8,19% (- 11 bps)
DI1F25: 8,76% (- 10 bps)
DI1F27: 9,10% (- 10 bps)
Câmbio
A disparada do dólar nos primeiros minutos da sessão foi um bom indício que a tensão com a cena política está longe de ser resolvida. A moeda americana superou a marca de R$ 3,93 em meio à busca por segurança. Só então, com as carteiras mais protegidas, os investidores tiveram um pouco mais espaço para corrigir excessos, beneficiando-se do ajuste no exterior depois de dias de nervosismo.
O dólar futuro (DOLJ19) reverteu a direção do começo do dia e fechou em baixa de -1,43%, aos R$ 3,8520.
De acordo com gestores e operadores, o avanço da cotação dos últimos dias foi resultado de uma firme busca por proteção, num movimento que disparou ordens de zeragem de posição, ou “stop loss” no jargão do mercado. Agora, o ajuste da exposição ao risco - embora a aposta ainda seja favorável aos ativos locais - dá folego para os investidores acompanharem com mais calma o noticiário local.
Bolsa
O Ibovespa operou hoje dividido entre a oportunidade de compra de alguns papéis após a queda recente e a cautela dos investidores com o exterior e com o ambiente político doméstico. O saldo dessas duas forças foi um índice “preso” à faixa dos 93 mil pontos, com oscilação tímida no dia.
Após ajustes, o Ibovespa teve leve baixa de 0,08%, aos 93.662 pontos. Na mínima, o índice registrou queda de 0,67%, aos 93.103 pontos. Na máxima, até chegou a subir aos 94.384 pontos, alta de 0,69%. O giro financeiro foi de R$ 11,8 bilhões.
Hoje, houve relativa recuperação nos ativos brasileiros negociados em Nova York: o iShares MSCI Brazil, maior fundo de índice (ETF) ligado a ações brasileiras, subiu +1,21% no dia, o que traz certo fluxo para as ações negociadas no Brasil. Por outro lado, a cautela continua no pano de fundo, depois do choque da semana passada, com dados mais fracos na zona do euro e com a aparente dificuldade de articulação política pela reforma da Previdência.
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), protagonizaram um fim de semana novamente marcado por troca de farpas. Maia declarou que cabe ao presidente construir a sua base de apoio, enquanto Bolsonaro criticou o que chamou de “velha política” no Brasil. Entretanto, não se trata, para gestores, de um contexto para reversão de cenário, em que os investidores passam a apostar contra o real e contra a renda variável.
A Petrobras ON acompanhou a cautela generalizada do mercado e caiu -0,39%; já a PN subiu +1,26% no dia. Entre os bancos, o movimento também foi comedido: Bradesco ON subiu +0,39% e Bradesco PN avançou +0,22%; Itaú Unibanco PN teve leve ganho de +0,15%. A Vale ON se desvalorizou -1%.
Fontes: Valor e Infomoney